O e-commerce é pop no Sul

Ao todo, a região foi a segunda que mais vendeu e comprou itens no comércio eletrônico em 2022
Os estados do Sul só ficam atrás de outros gigantes brasileiros no comércio eletrônico, como São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro

O banco de dados lançado em maio deste ano pelo Observatório do Comércio Eletrônico, plataforma do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), registra a quantidade de vendas online e a popularidade dessa modalidade no Sul. Ao todo, a região foi a segunda que mais vendeu e comprou itens no comércio eletrônico em 2022: foram R$ 29 bilhões em venda, o correspondente a 15,5% das vendas on-line no país, e R$ 32 bilhões em compras, o equivalente a 16,9% do valor total brasileiro. Os estados do Sul só ficam atrás de outros gigantes brasileiros no comércio eletrônico, como São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro.

No ano passado, Santa Catarina foi o estado da região com o maior valor total bruto de itens vendidos, com R$ 12,4 bilhões, seguido do Paraná, com R$ 10,58 bilhões, e do Rio Grande do Sul, com R$ 5,9 bilhões. Já ao analisar os estados destinatários, isto é, os que fizeram as compras, a lógica se inverte: o Paraná lidera na região, com R$ 11,5 bilhões em compras; seguido do Rio Grande do Sul, com R$ 11,3 bilhões; e de Santa Catarina, com R$ 8,8 bilhões. Naturalmente, as vendas online tiveram crescimento exponencial com a pandemia de Covid 19, e a plataforma mostra o tamanho deste salto no caso brasileiro: as vendas eletrônicas foram de R$ 36 bilhões em 2016 para R$ 187 bilhões em 2022. Ao todo, entre 2016 e 2022, o valor total bruto movimentado no país foi de R$ 628 bilhões. Dentre os itens mais comercializados no país através do comércio eletrônico estão smartphones, receptores de televisão, livros, máquinas digitais, refrigeradores e máquinas de lavar roupas.

O dashboard vai subsidiar o desenvolvimento de políticas públicas para o setor, inclusive para equalizar eventuais concentrações regionais, podendo, ainda, balizar decisões de investimentos das empresas. E servem, também, para fornecer importantes insights a respeito do cenário atual do comércio eletrônico. Para Adalmir Marchetti, professor da Escola de Negócios da PUCRS, os estados que importam principalmente da China têm uma maior participação relativa no comércio eletrônico. É o caso, por exemplo, de Santa Catarina, que participa mais no comércio eletrônico como vendedor do que como comprador. Ainda segundo ele, essa grande aderência ao e-commerce reflete uma necessidade de empresas pequenas e médias se adaptarem a esse novo tipo de venda. "Na região Sul, já se tem uma boa infraestrutura de transporte estabelecida. Então, minha visão é de que o comércio eletrônico vai continuar a crescer por aqui. A questão que fica é como as pequenas e médias empresas do Sul vão responder a essa questão, já que muitas delas são administradas de forma mais tradicional, principalmente as de médias e pequenas cidades, que têm uma característica de serem regiões agrícolas e prestadoras de serviços", avalia. 

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Quinta, 21 Novembro 2024

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