Intenção de consumo das famílias avança em julho

Resultado reflete otimismo com o trabalho e maior facilidade no acesso ao crédito
A percepção sobre o índice de acesso ao crédito avançou pelo sexto mês seguido, impulsionado por medidas pontuais que ampliaram a liquidez no mercado

Pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostrou que em julho os brasileiros retomaram parte da disposição de efetuar compras, no comparativo com junho, chegando quase ao patamar de um ano atrás (-0,1%). A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) do mês apresentou crescimento de 0,6%, puxado, sobretudo, pelo aumento da confiança quanto ao futuro profissional. Embora o índice ainda registre retração em relação ao período equivalente de 2024, fenômeno observado pelo décimo mês consecutivo, a variação negativa tem diminuído. Em julho, a ICF alcançou 103,2 pontos, já considerando o ajuste sazonal, mantendo-se acima da linha de otimismo de 100 pontos.

Entre os sete subíndices que compõem a ICF, os destaques positivos ficaram com perspectiva profissional (3,7%), acesso ao crédito (3,3%) e nível de consumo atual (1,5%), tendo como referência o resultado do mesmo mês do ano passado. Já na variação dos últimos 30 dias, despontaram perspectiva profissional (1,1%), perspectiva de consumo (1%) e momento para bens duráveis (0,8%). Para a CNC, o avanço discreto na intenção de consumo reflete uma combinação de fatores, como a percepção de melhora das condições de trabalho e o ligeiro alívio no acesso ao crédito. No entanto, o cenário ainda impõe certa prudência, especialmente diante da persistência do consumo moderado e da instabilidade no otimismo das famílias.

Na comparação com julho de 2024, chama a atenção a piora na percepção sobre o momento para aquisição de bens duráveis, que registrou queda de 6,7%. "Infelizmente, o recuo não surpreende, sendo o resultado do impacto prolongado da taxa Selic elevada que encarece o crédito e desestimula esse tipo de consumo. Apesar disso, o subíndice de acesso ao crédito avançou pelo sexto mês seguido, impulsionado por medidas pontuais que ampliaram a liquidez no mercado", analisa João Marcelo Costa, economista da CNC. A pesquisa aferiu que cerca de 32,8% dos consumidores relataram facilidade para obter crédito, sendo este o maior percentual registrado desde abril de 2020.

Apesar do ambiente restritivo, os dados indicam leve melhora da percepção das famílias sobre o mercado de trabalho no curto prazo. O subíndice sobre o emprego atual registrou crescimento de 0,3% em julho, divergindo da tendência na variação anual, que ainda aponta queda de 0,9%. Já a perspectiva profissional manteve a trajetória de alta iniciada em junho, com avanço de 1,1% no mês e crescimento de 3,7% nos últimos 12 meses. Mesmo com a visão mais otimista sobre o emprego e a sequência de alta do acesso ao crédito, a perspectiva do consumo segue abaixo do nível observado em julho de 2024, com retração de 0,6%. Ainda assim, o avanço de 1% frente a junho sinaliza reação gradual, em linha com a melhora mensal de outros indicadores, o que pode apontar um cenário de recuperação mais à frente.

Veja mais notícias sobre EconomiaBrasil.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Sexta, 25 Julho 2025

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://amanha.com.br/