Construção civil está otimista, mas pressão no custo dos insumos preocupa
O setor da construção civil catarinense está otimista com a recuperação da economia, mas a pressão nos custos de alguns insumos do setor preocupa. O assunto foi debatido em reunião virtual da Câmara de Desenvolvimento da Indústria da Construção da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc). No encontro, foi destacado que a atividade já sente a alta nos preços de insumos como aço, cobre e cerâmica, por exemplo. "Há desafios em relação aos insumos do setor e isso preocupa. Não sabemos se é uma bolha ou se isso terá continuidade. Então, é um ponto negativo. Mas, por outro lado, sou otimista e estou estimulando os investidores a pensar diferente", relatou Paulo Obenaus, presidente da Câmara.
"Um ponto sensível e que está assustando são os aumentos em alguns insumos", concordou o sócio-consultor da Brain Inteligência Estratégica, Marcelo Luís Gonçalves, que apresentou um panorama do setor. Ele observou que é um momento diferente e que no início da pandemia não era esperada uma reação tão forte da economia brasileira. "Hoje conseguimos perceber o que são os juros baixos para o nosso mercado. Quando tem juros baixos, há uma grande quantidade de famílias com essa demanda por imóvel", explicou.
"A cada um ponto percentual que diminuímos nos juros do ano no financiamento de até 30 anos, acessam o mercado imobiliário 800 mil famílias. Se formos avaliar os últimos meses, com quase quatro pontos percentuais de redução, estamos falando da possibilidade de acesso para 3,2 milhões de famílias", informou Gonçalves. Ele ressaltou que isso mostra a força do mercado brasileiro e a possibilidade do setor da construção ser protagonista na recuperação econômica do país.
"Mas podemos ter alguns soluços pela frente, como o risco de aumento dos insumos, do IGPM, do CUB (Custo Unitário Básico, indicador usado no setor) e o que tiver provocando inflação de demanda antes da demanda porque ainda estamos consumindo estoque. Então é algo que pode acontecer", detalhou. Ele também observou que é preciso ver como ficará o cenário macroeconômico quando serão reduzidos os auxílios governamentais às famílias.
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