BC prepara alternativa à poupança para financiar imóveis

De janeiro a maio, caderneta perdeu R$ 51,7 bilhões
Atualmente, 65% dos recursos depositados na poupança são destinados ao SBPE, modalidade que financia imóveis de até R$ 1,5 milhão

Diante da retirada de recursos da caderneta de poupança, o Banco Central (BC) desenvolve um modelo alternativo de financiamento para a casa própria, disse o presidente do órgão, Gabriel Galípolo. Segundo ele, uma proposta está sendo discutida com as instituições financeiras. "Estamos trabalhando nisso, conversando com os bancos, especialmente a Caixa, e pretendemos apresentar em breve um processo ponte que vai utilizar a captação de mercado para normalizar isso [as fontes de financiamento para o setor imobiliário]", afirmou Galípolo em evento de inovação financeira promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em São Paulo.

No mês passado, a aplicação financeira mais tradicional do país teve mais depósitos que retiradas, num total de R$ 336,8 milhões. No entanto, de janeiro a maio, os brasileiros sacaram R$ 51,7 bilhões a mais do que depositaram na caderneta. Para o presidente do BC, a retirada de recursos da poupança representa uma mudança definitiva no comportamento dos investidores. "Acho que a perda de recursos é mais estrutural, já que é difícil de competir com outras alternativas hoje. Parece natural, com mais educação financeira, a redução de recursos da poupança", afirmou.

Desde 2021, a poupança registra mais saques do que depósitos. Entre as causas para a perda de interesse na caderneta, estão os juros altos, que provocam a perda de interesse na aplicação, e a facilidade na oferta de investimentos de baixo risco que rendem mais, como títulos do Tesouro Direto. Atualmente, 65% dos recursos depositados na poupança são destinados ao Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), modalidade que financia imóveis de até R$ 1,5 milhão com juros de até 12% ao ano. Os imóveis acima desse valor são financiados por meio do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), que utiliza recursos de mercado, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCI). A discussão de um modelo alternativo de financiamento ocorre num momento em que o governo propõe a taxação em 5% do Imposto de Renda das LCI. Atualmente, esses títulos privados são isentos de tributos.

Com ABR

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Sexta, 13 Junho 2025

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