Santa Catarina divulga nova matriz de risco para mapeamento
A Avaliação do Risco Potencial de cada região de Santa Catarina passará por uma atualização na forma de mapeamento a partir desta sexta-feira (2). A Matriz avaliará minuciosamente índices de transmissibilidade, monitoramento, dimensões, mortalidade e capacidade de atenção nas 16 regionais de saúde. A mudança na análise dos indicadores propõe um foco maior na atenção primária, tendo em vista a mudança do momento da Covid-19 em Santa Catarina.
A nova Matriz é construída com o objetivo de refletir um retrato mais coerente com o atual momento do contágio, privilegiando prevenir novos surtos em potencial. A especialista em epidemiologia do Centro de Operações de Emergência em Saúde, Maria Cristina Willemann, reforça que alguns indicadores que constavam na matriz de risco potencial regional não estarão mais presentes na atualização da avaliação. Isso porque o monitoramento das regiões projeta deixar a transmissão sustentada para a fase de recuperação.
"Um dos parâmetros de avaliação da intensidade de fluxos, por exemplo, que media o papel das grandes cidades na sustentação da transmissão deixa de ser avaliada. A taxa de afastamentos de profissionais de saúde não será mais considerada, pois é possível que haja uma imunidade coletiva neste recorte populacional e o risco de colapso no sistema hospitalar passa a ser muito menor", explica Maria Cristina. A epidemiologista ainda acredita que as medidas adotadas para essa atualização são as mais adequadas para o momento.
Confira o que muda na Matriz de Risco Potencial
Dimensão Evento Sentinela
Considera a mortalidade por Covid-19 como um sinal de alerta que aponta tanto o agravamento da situação, quanto a possibilidade de ocorrência de grande número de casos não identificados pelo sistema de saúde. Utiliza dados de informação de óbitos recebidos e computados no sistema de informação BoaVista. Os parâmetros considerados provêm da análise da mortalidade por Covid-19 ocorrida no estado de Santa Catarina durante o ano de 2020. Este indicador é combinado com o Rt (indica como a epidemia está evoluindo na região) e sua estabilidade interpretada segundo orientação da OMS.
Dimensão Transmissibilidade
Combina informação sobre a quantidade de casos ativos em relação à população, combinada com a variação entre o número registrado na semana de avaliação comparada à anterior.
Dimensão Monitoramento
Aponta a capacidade de rastreamento dos casos e contatos, medida por meio das notificações de casos positivos e negativos; e a capacidade de realização de vigilância ativa da Covid-19, medida por meio da qualidade do inquérito realizado na comunidade pela atenção primária em saúde e que busca estimar a taxa de pessoas com sintomas gripais.
Dimensão Capacidade de Atenção
Como já visto durante o manejo da pandemia, a disponibilidade de leitos hospitalares de terapia intensiva é extremamente necessária para o manejo de casos graves, sendo que o risco da região aumenta à medida que sua ocupação também aumenta. É esperado que leitos de UTI estejam boa parte do tempo ocupados, sendo por atenção aos casos de SRAG ou outros eventos. Por este motivo, a dimensão somente será avaliada quando esta taxa supere 60%. A avaliação também ocorrerá a partir do município de residência dos internados, no entanto, a equipe da SES ainda trabalha para disponibilizar essa informação. Até ela esteja disponível a avaliação considerará internação por ocorrência.
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