A história de 120 anos de Gerdau
Um prédio de aparência sóbria e robusta em uma esquina do Caminho Novo (atual Rua Voluntários da Pátria), à época a principal via de acesso de Porto Alegre às colônias habitadas por imigrantes europeus no Rio Grande do Sul. No começo do século 20, o edifício da Cia. Fábrica de Pregos Pontas de Paris deu origem à trajetória de 120 anos da Gerdau, pequena indústria familiar que se transformou em gigante da cadeia do aço internacional.
A Pontas de Paris foi adquirida, em janeiro de 1901, pelo imigrante alemão João Gerdau, que chegara ao Brasil em 1869, aos 20 anos de idade, vindo de Hamburgo. A princípio, abriu um armazém de secos e molhados na colônia de Santo Ângelo (hoje município de Agudo), onde vendia desde sal, açúcar e azeite até velas, tecidos, cordas e ferraduras. Depois, também investiu na compra e venda de lotes de terra. Desde 1893 em Porto Alegre, com a mulher Alvine e os filhos Hugo, Walter e Bertha, João – com visão de futuro e espírito inovador – identificou na compra da fábrica a oportunidade de abrir novos horizontes para os negócios familiares, em meio à incipiente industrialização do país.
Criada em 1891 para abastecer indústrias de bens de consumo (de fogões a ferramentas), a Ponta de Paris havia sido posta à venda em 29 de dezembro de 1900. Após sacramentar a compra, João Gerdau registrou a nova firma na Junta Comercial de Porto Alegre no dia 16 de janeiro de 1901. Mas preferiu deixar a empresa sob os cuidados do filho mais velho, Hugo, então com 25 anos de idade. Até falecer, em 1917, João se dedicou aos projetos imobiliários no interior, além de investir na extração de madeiras nobres e em exploração mineral, ainda que, mesmo à distância, não deixasse de colaborar com a gestão dos empreendimentos da família na capital gaúcha. Hugo administrou a companhia por quase quatro décadas, período em que abriu filiais no interior do estado e conquistou novos mercados – embarcados em navios da Companhia Nacional de Navegação Costeira (popularmente conhecida como "Ita"), os pregos Gerdau chegavam ao Centro, Norte e Nordeste do Brasil.
Em 1946, o alemão Curt Johannpeter, genro de Hugo (falecido em 1939), assumiu a direção da empresa, usando a experiência de financista (tinha atuado como inspetor do Deutsche Bank de Berlim na América do Sul) para aprimorar a gestão e expandir os negócios. Uma das medidas adotadas foi a transformação da companhia em sociedade anônima, com registro na Bolsa de Fundos Públicos de Porto Alegre, em 1947. Mas o passo decisivo para abrir um novo ciclo empresarial foi a aquisição da Siderúrgica Riograndense, no ano seguinte, dando início à produção do aço Gerdau.
Clique aqui e acompanhe o segundo capítulo da série que mostra a trajetória centenária da Gerdau.
Veja o terceiro capítulo da série que revela a história da companhia gaúcha.
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Comentários: 1
Parabéns. Bela história... Nós brasileiros temos que nos orgulhar de pessoas e empresas assim!