A Gerdau e a expansão para além da fronteira do RS

O processo de internacionalização da companhia gaúcha teve início em dezembro de 1980
Os horizontes se ampliaram ainda mais em agosto de 1999 com a entrada nos Estados Unidos através da compra de 75% do capital da AmeriSteel

Ao final da década de 1960, o Brasil registrou uma média de crescimento industrial de 15% ao ano. Os bons ventos da economia contribuíram para que, em 1969, pela primeira vez, a Gerdau ultrapassasse a fronteira gaúcha. E o salto foi grande – alcançou o Nordeste brasileiro, com a compra da Siderúrgica Açonorte, de Pernambuco. Com isso, o aço Gerdau passou a ser produzido também no distrito de Curado, na periferia do Recife. Era apenas o início da expansão geográfica.

Em 1971, a rota de crescimento ganhou impulso com a aquisição da estatal Cosigua (Companhia Siderúrgica da Guanabara). No primeiro momento, a operação foi feita por meio de uma joint-venture com o grupo alemão August Thyssen (oito anos depois, a Gerdau assumiria o controle do negócio). De imediato, foi dado início à construção da planta siderúrgica do distrito de Santa Cruz, no Rio de Janeiro. A unidade foi erguida em tempo recorde. No dia 19 de dezembro de 1972, entrou em funcionamento, consolidando a marca Gerdau em nível nacional.

A essa altura, a empresa já tinha ingressado, de maneira pioneira, no segmento de distribuição com a Comercial Gerdau, inaugurada em 1º de fevereiro de 1971, em São Paulo, reforçando seu compromisso em fortalecer o relacionamento com seus clientes. Não foi uma iniciativa isolada – rapidamente, surgiram filiais em várias capitais brasileiras. Atualmente, são mais de 70 lojas espalhadas por todo o país. Nos anos seguintes, a produção também se alargaria com a incorporação de usinas no Paraná, Ceará, Minas Gerais e Bahia. Foi um crescimento obtido de modo estratégico e planejado para assegurar uma atuação abrangente e duradoura da Gerdau no território nacional. Ao final dos anos 1970, a companhia já era responsável pela produção de 10% do aço brasileiro.

O processo de internacionalização da Gerdau teve início em dezembro de 1980, com a aquisição da Siderúrgica Laisa, do Uruguai. E ganhou fôlego com a compra da Courtice Steel, do Canadá, em outubro de 1989. O ingresso na América do Norte, aliás, representou um divisor de águas, não apenas pela distância de milhares de quilômetros ou em função da diferença de idioma e cultura. A iniciativa abriu uma trilha de oportunidades ao propiciar que a Gerdau se adaptasse a um ambiente de negócios até então desconhecido, com novas regulamentações e dinâmica de mercado.

Os horizontes se ampliaram ainda mais em agosto de 1999 com a entrada nos Estados Unidos através da compra de 75% do capital da AmeriSteel. A companhia norte-americana contava, à época, com quatro plantas industriais. Não é de admirar que, ao final do século 20, 40% da capacidade instalada da Gerdau estivesse localizada no exterior.

Em paralelo, a Gerdau continuou a pregar sua bandeira em países latino-americanos. Na Argentina, já em 1998, tinha assumido participação societária da laminadora Sipsa, da qual teria a maioria das ações a partir de 2005. Na década de 2000, por sinal, consolidou sua posição no continente com a Diaco, da Colômbia, em 2004, e da Siderperu, do Peru, em 2006. Esse movimento se completou com a aliança com a INCA, da República Dominicana, e a aquisição da Siderúrgica Tultitlán, do México, ambas em 2007.

Enquanto expandia sua presença no mundo, a Gerdau jamais deixou de investir no mercado brasileiro, que continuou a ser centro das atenções. Essa posição de destaque se fortaleceu ainda mais ao dar início à produção do aço em Minas Gerais, berço de riquezas minerais e coração da siderurgia nacional. Em 1988, venceu o leilão de compra da usina Barão de Cocais. Em 1997, adquiriu participação societária da Açominas, da qual passaria a ser acionista majoritária em 2001. Hoje, a unidade de Ouro Branco é a maior planta industrial da Gerdau no mundo. A importância estratégica de Minas Gerais se ampliou em 2009, com o início da produção própria de minério de ferro na mina Várzea do Lopes para abastecimento da usina de Ouro Branco.

Assim, com o tronco firme em suas raízes, representadas por uma cultura empresarial baseada nos valores da família, na capacidade de gestão e na vontade de crescer, a árvore da Gerdau espalhou seus galhos pelo Brasil e o mundo, projetando-se como uma das maiores produtoras de aço do planeta.

Relembre aqui o primeiro dos quatro capítulos que rememoram a história centenária da Gerdau.

Relembre aqui o segundo dos quatro capítulos que contam a trajetória da Gerdau.

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Sexta, 26 Abril 2024

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