Economia do Sul fica estável entre março e maio, diz BC
O processo de ajuste do governo na economia influenciounegativamente a atividade econômica no curto prazo, informou o Banco Central(BC), no Boletim Regional, divulgado nesta sexta-feira (21). O documento tambémcita como influência negativa na atividade econômica eventos como a OperaçãoLava Jato. No entanto, o BC destaca que o ajuste, com corte de gastos eelevação da taxa básica de juros, é necessário para consolidar a “convergênciada inflação para a meta no final de 2016”. A meta da inflação é 4,5%, comlimite superior de 6,5%.
Para tentar trazer a inflação para a meta, o BC elevou ataxa básica de juros, a Selic, por sete vezes seguidas. No boletim, o BC dizque o “cenário – caracterizado pela perseverança na rigidez da condução dapolítica monetária [elevações da taxabásica de juros, a Selic] e por patamares historicamente reduzidos deíndices de confiança de empresários e consumidores – repercute na trajetóriadas economias das cinco regiões geográficas do país”.
Dados regionais
A economia do Sul apresentou relativa estabilidade notrimestre encerrado em maio, reflexo de retrações no comércio e na indústria, ede desempenhos favoráveis da agricultura e da balança comercial. O IBCR-Sdecresceu 0,1% em relação ao trimestre finalizado em fevereiro, quando recuou1,2%, no mesmo tipo de comparação. Em 12 meses, houve estabilidade.
No Norte, avalia o boletim, há resultados desfavoráveisregistrados no comércio, na indústria e no setor externo. O Índice de AtividadeEconômica Regional (IBCR-N) recuou 1,2% no trimestre encerrado em maio, emrelação ao finalizado em fevereiro. Em 12 meses encerrados em maio, o indicadorrecuou 0,8%. Segundo o BC, o desempenho da economia do Nordeste foisensibilizado, no trimestre encerrado em maio, pela perda de dinamismo docomércio e pela recuperação modesta da atividade agropecuária, aindaprejudicada por condições meteorológicas irregulares. Já o crescimento daindústria da região “repercutiu, em grande parte, o efeito da base decomparação deprimida, em função da paralisação, na Bahia, da produção dederivados de petróleo e biocombustíveis em janeiro e fevereiro”. O IBCR-NEdecresceu 0,4% no trimestre, em relação ao encerrado em fevereiro, consideradosdados dessazonalizados (ajustados para o período). Em 12 meses, o indicador cresceu2,6%.
No Centro-Oeste, o BC avalia que o ritmo da atividadeeconômica segue em processo de acomodação, influenciado pelo impacto negativodas expectativas dos agentes econômicos sobre o desempenho das vendas docomércio e da indústria. Para o BC, essa dinâmica poderá ser intensificada coma redução na renda agrícola, influenciada pelo recuo das cotaçõesinternacionais de produtos primários. O BC lembra que, nos últimos anos, adinâmica da atividade econômica no Centro-Oeste foi impulsionada pelo desempenhoda agropecuária, favorecido pela trajetória dos preços de importantes commodities (produtos primários comcotação internacional). “Neste ano, o recuo nas cotações internacionais dosprincipais produtos agrícolas, ainda que contraposto ao aumento na produção degrãos e à depreciação cambial [alta dodólar], indica possível moderação na renda agrícola em 2015, comdesdobramentos na atividade regional”, acrescenta o boletim. O índice da regiãorecuou 0,7% no trimestre e subiu 0,4%, em 12 meses.
Segundo o relatório do BC, a atividade econômica do Sudeste,com retrações nas vendas do comércio e na produção da indústria, manteve-se emtrajetória de queda no trimestre encerrado em maio, com desdobramentosnegativos sobre o mercado de trabalho. O IBCR-SE recuou 1,2% no período, emrelação ao trimestre finalizado em fevereiro, quando decrescera 0,3%, no mesmotipo de comparação. Em 12 meses, o IBCR-SE contraiu 1,4%.
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