Indústria do Sul tentará mitigar impacto das tarifas para exportadoras
A Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) lamentou que a decisão do governo norte-americano, de aplicar uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras para os Estados Unidos, tenha se confirmado. Segundo a nota, desde quando a medida foi anunciada, no dia 9 de julho, a entidade, sob a liderança do presidente Claudio Bier, tem feito todos os esforços em relação ao tema. Agora, a federação industrial gaúcha passará a priorizar dois encaminhamentos. O primeiro deles é aprofundar a discussão sobre medidas mitigatórias do pesado impacto da tarifa para as indústrias exportadoras.
Até o momento, já está assegurada uma linha de crédito de R$ 100 milhões do BRDE, iniciativa do governo estadual. "A medida é louvável e importante, mas insuficiente para a gravidade do quadro. Junto ao Palácio Piratini, a entidade reivindica a liberação de créditos de ICMS Exportação para indústrias que tiverem suas vendas aos Estados Unidos afetadas", destaca o documento da Fiergs. Manter a serenidade que o momento exige, evitando ações e gestos que venham a acirrar o clima entre os dois governos e resultem em prejuízos ainda maiores para as duas nações, será a segunda providência a ser tomada.
O Rio Grande do Sul está na iminência de perder R$ 1,9 bilhão do seu PIB, a segunda maior perda de um estado em valores absolutos, conforme estudo divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). As 1.100 indústrias gaúchas que exportam para os Estados Unidos integram cadeias produtivas que empregam mais de 145 mil trabalhadores. As áreas técnicas das federações industriais do Paraná (Fiep) e de Santa Catarina (Fiep) ainda estão analisando os detalhes do decreto e devem ter um posicionamento nas próximas horas.
A Fiesc defende uma atuação diplomática do governo brasileiro. "Esperamos que haja serenidade e diplomacia no trato dessa questão por parte do governo brasileiro para evitar outras medidas penalizadoras sobre a produção brasileira", afirmou o presidente da entidade, Mario Cezar de Aguiar, por meio de sua assessoria de imprensa. Nesta quinta-feira (31) a entidade catarinense realiza uma live em que apresenta o resultado da pesquisa feita com empresas exportadoras do estado e terá uma análise mais aprofundada da medida.
A Fiep esclareceu ao Portal AMANHÃ que está aguardando a publicação oficial do regramento relativo à medida para realizar uma análise aprofundada e averiguar os efeitos para o setor industrial paranaense. "Essa análise detalhada é necessária diante do grande número de itens que, segundo o decreto, ficarão isentos da taxação. A partir disso, será possível verificar quais produtos e setores exportadores do estado serão efetivamente impactados", ressalta a entidade. Na mesma linha da Fiesc, a Fiep defende que o governo federal brasileiro busque uma negociação com os norte-americanos, baseada em critérios diplomáticos, técnicos e comerciais, sem adotar qualquer ação de reciprocidade, para evitar que o setor produtivo do país seja ainda mais prejudicado.
Veja mais notícias sobre BrasilEconomiaIndústriaNegócios do SulParanáRio Grande do SulSanta Catarina.
Comentários: