Trump confirma tarifa de 50% sobre produtos do Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na tarde desta quarta-feira (30) a ordem executiva que implementa uma tarifa adicional de 40% sobre os produtos com origem no Brasil. Somado ao valor de 10% já implementados em abril, a sobretaxa contra o Brasil atinge agora os 50%. A informação foi publicada no site oficial da Casa Branca. O texto não menciona comércio bilateral entre os dois países, assim como não há uma única referência a superávit, déficit ou volume de trocas entre os Estados Unidos e o Brasil. A medida havia sido anunciada por Trump no dia 9 de julho. É a maior tarifa entre as anunciadas para países que exportam ao país. A medida foi tomada após uma investigação do Departamento de Comércio norte-americano seguindo a Seção 232, aberta por ordem de Trump em fevereiro.
A ordem executiva traz cerca de 700 exceções, como suco e polpa de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes e aeronaves civis, incluindo seus motores, peças e componentes. Também ficaram de fora do tarifaço produtos como polpa de madeira, celulose, metais preciosos, energia e produtos energéticos. No entanto, café, frutas e carnes não estão entre as exceções aplicadas pelos Estados Unidos e serão taxados em 50%. Segundo o documento assinado por Trump, as taxas entram em vigor em sete dias, ou seja, dia 6 de agosto. Mercadorias que estão em trânsito para os Estados Unidos também ficarão de fora da taxação.
Fragilidade das relações comerciais
A Câmara Americana de Comércio para o Brasil – Amcham Brasil manifestou sua preocupação diante da confirmação de tarifas de 50% pelos Estados Unidos. "Trata-se de medida que fragiliza as relações econômicas e comerciais entre os dois países, afetando negativamente a competitividade de suas empresas, o emprego de seus trabalhadores e o poder de compra de seus consumidores", pontua a entidade multissetorial. "Ao longo de mais de 200 anos de relações diplomáticas ininterruptas, Brasil e Estados Unidos construíram uma parceria sólida, pautada por valores e interesses econômicos comuns e por intenso intercâmbio empresarial. A Amcham Brasil defende que divergências comerciais sejam resolvidas pela intensificação do diálogo construtivo em alto nível, com o objetivo de preservar e ampliar a parceria e a cooperação econômicas", relata a entidade.
Pesquisa recente conduzida pela Amcham, de 24 a 30 de julho, revelou que mais da metade das empresas exportadoras no Brasil estimam que o aumento tarifário poderá resultar na interrupção total ou acentuada (superior a 50%) das vendas para os Estados Unidos. A pesquisa também indica que 86% das companhias avaliam que eventuais medidas de reciprocidade por parte do Brasil tenderiam a agravar as tensões bilaterais e reduzir o espaço para negociações. Além disso, trariam potenciais efeitos negativos sobre setores que dependem de insumos, tecnologias ou equipamentos americanos, bem como prejuízos à imagem e à segurança jurídica do Brasil como destino de investimentos e negócios. Ao final da manifestação, a Amcham Brasil reafirmou seu compromisso histórico secular com o fortalecimento das relações bilaterais e se colocou à disposição dos governos de ambos os países para colaborar na construção de uma solução mutuamente satisfatória.
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