Desempenho da pequena indústria se aproxima da média histórica

Apesar da melhora nos indicadores do segundo trimestre, o aumento ainda é insuficiente para reverter as perdas geradas pela pandemia
A elevada carga tributária voltou a ocupar o posto de principal problema enfrentado em todos os segmentos industriais no segundo trimestre

A crise provocada pela pandemia do novo coronavírus arrefece, mas ainda pode ser percebida nos dados do Panorama da Pequena Indústria do segundo trimestre. O estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que o desempenho, a situação financeira e a confiança da pequena indústria estão abaixo da média histórica e dos patamares registrados no início do ano. Apesar do cenário negativo, as pequenas indústrias acreditam que a situação vai melhorar. Com uma alta de 6,6 pontos, o Índice de Perspectiva chegou a 46,1 pontos e ultrapassou em 0,8 ponto a média histórica.

A elevada carga tributária voltou a ocupar o posto de principal problema enfrentado em todos os segmentos industriais no segundo trimestre. Na indústria de transformação, a demanda interna aparece logo em seguida como segunda maior dificuldade. Resultado da redução ou mesmo paralisação da produção na pandemia, do impacto no comércio internacional e da interrupção das cadeias de logística, a falta ou alto custo da matéria-prima assumiu a terceira posição no ranking no segundo trimestre de 2020.

"Os dados mostram que ainda há um caminho a ser percorrido para superarmos o desafio imposto às empresas pela pandemia, mas avançamos em relação a abril, que cada vez mais tem se consolidado como o pior momento da crise. O panorama reforça a importância da reforma tributária em discussão no Congresso Nacional como ponto crucial para a retomada da atividade econômica no médio e longo prazos", afirmou João Emilio Gonçalves, gerente executivo de Política Industrial da CNI.

O Índice de Desempenho da pequena indústria registrou alta de 7,5 pontos, para 41,3 pontos. É a segunda alta consecutiva desde o tombo registrado em abril, quando o indicador ficou em 27,1 pontos. Ainda assim, o dado mostra que a atividade da pequena indústria abaixo da média histórica de 42,8 pontos.O cenário mais desafiador é encontrado no Índice de Situação Financeira da Pequena Indústria, que segue comprometido. "A pequena melhora da situação financeira no trimestre pode ser explicada pelos diversos ajustes de produção, emprego e estoques realizado pelas empresas durante a pandemia, passado o choque de março e abril", explica o relatório da CNI.

Apesar das condições atuais adversas, a confiança dos empresários vem se recuperando. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) das pequenas empresas aumentou em junho (+7,2 pontos) e julho (+ 6,8 pontos), após tombo histórico de abril (-25,2 pontos) e estabilidade em maio (+0,2 ponto). O indicador ainda permanece abaixo dos 50 pontos, o que significa que o viés é de falta de confiança, embora em menor intensidade. "A falta de confiança contribui para a paralisação dos investimentos e dificulta a recuperação da atividade econômica", ressalta o relatório.

A pesquisa é divulgada trimestralmente com base na análise dos dados da pequena indústria levantados na Sondagem Industrial, na Sondagem Indústria da Construção e no Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI). Todos os meses, as pesquisas ouvem mais de 900 empresários de empresas de pequeno porte.

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Sexta, 22 Novembro 2024

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