Da Torre Eiffel para a Estátua da Liberdade
De Paris, França
Eu juro que semana passada pensei em ligar para Lucas Mendes para saber se eles não queriam agregar ao time um correspondente em Paris. Com Mainardi em Veneza, Ricardo em São Paulo, Pedro e Caio em Nova York, eu ia dar umas pinceladas daqui em cima das pautas preferidas do programa: cultura, gastronomia, entretenimento, economia e atualidades. Tinha até escolhido uns vinte temas quentes que cobrissem o fim da pandemia e o começo da retomada, que é o que esperamos que aconteça. Já me via ora defendendo a posição francesa ora criticando-a, pontuando duas ou três aparições por emissão como se estivesse entre velhos amigos – que é como os considero.
Mas de repente, eis que a Globo resolveu nos dar um olé e lá se foi a marca registrada das noites de domingo – o momento mais crítico da semana, aquele em que a gente precisa desopilar o fígado. É verdade que eles podem estar de mudança em bloco para outra emissora? Estão falando da TV Cultura. Com escalação garantida, acerto a vida no Brasil e volto para o posto. Gostem vocês ou não do programa, seria o único emprego que eu aceitaria. Foi o que me faltou ser na vida – das coisas que gostaria de ter sido: pitaqueiro internacional com palanque na TV. Por enquanto, virei mais um nas estatísticas do desemprego estrutural. Estou com a sensação de ter perdido um avião.
Nesse contexto, tenho constatado profundo desagrado da audiência qualificada com o que resta da GloboNews. Soube que dia desses as apresentadoras Maju Coutinho, Andréia Sadi e Natuza Nery travavam um debate absolutamente anódino, como se jogassem com cartas marcadas, como se tivessem combinado nos bastidores que uma concordaria com o que a outra dizia, e cada uma cederia espaço à outra para que, de olho no WhatsApp, elas dessem uma palhinha do que acabavam de informar suas fontes. A impressão que dá é que a GloboNews quer mesmo ficar só com a turma ginasiana, com as colegas solidárias que infantilizam e irritam o espectador.
Nesse ponto, caro Lucas Mendes, estou aqui. Vamos atear fogo no mundo e vou mandar ver daqui das margens do Sena.
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