Arrefecimento da pandemia ditará ritmo do PIB em 2021, prevê Fiergs
Após a grave crise da pandemia em 2020, que deverá provocar uma queda de 4% no PIB brasileiro e de 6,8% no gaúcho, a perspectiva é para as atividades econômicas estarem normalizadas no país entre março e abril de 2021. Essa é a expectativa da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). Os dados foram revelados nesta terça-feira (8) . Para o próximo ano a projeção é de crescimento de 3,2% para o PIB do Brasil e de 4% para o do Rio Grande do Sul, mas ainda insuficientes para recuperar as perdas.
"O setor industrial puxou o serviço e a recuperação do PIB no país no terceiro trimestre deste ano, a indústria de transformação cresceu 23% e a indústria como um todo, 14%, para o PIB conseguir subir 7,7%. Isso mostra que a indústria de transformação é o setor mais rápido para ajudar na retomada", avaliou Gilberto Petry, presidente da federação. Para ele, a velocidade da retomada econômica no Brasil dependerá do ritmo da imunização. "Qualquer prognóstico que fizermos será uma tentativa de acharmos que vai acontecer isso ou aquilo. Tudo dependerá da vacinação. E 2021 terá de ser melhor que 2019, pois 2020 é como se não existisse", ponderou.
O presidente da Fiergs também se mostrou muito preocupado com o avanço recente das contaminações pelo coronavírus. Petry até mesmo fez um apelo para a população. "Já ouvi notícias de festas clandestinas com 300 pessoas sem máscara, de gente indo para a praia, etc. Isso tudo aumenta a possiblidade da transmissão do vírus. Eu me baseio naquilo que ouço e leio e os médicos estão insistindo para que não se tenha aglomeração ou se saia de casa. Eu espero que não tenhamos novas paralisações [na indústria]", desabafou.
Segundo a Unidade de Estudos Econômicos (UEE) da Fiergs, a queda do PIB mundial chegará a 4,4% em 2020, afetado por uma crise profunda por conta da necessidade de distanciamento social. Esse fato provocou um choque negativo na oferta, pois a produção de bens e serviços teve de ser paralisada, causando um efeito dominó, derrubando a demanda, o preço dos ativos e os investimentos.
A contração do PIB brasileiro foi recorde no primeiro semestre de 2020 (-11%). O terceiro trimestre, porém, mostrou uma forte reação, com mais de 7% de aumento. "É uma retomada em V bem clara. A crise provocou impacto nas atividades industriais entre março e abril, com quase 30% de recuo. Agora, já está 0,2% acima do nível pré-pandemia no Brasil", explicou o economista-chefe da federação, André Nunes de Nunes, lembrando o fato de o Rio Grande do Sul, que está 0,3% acima do nível anterior ao da pandemia, ter sido prejudicado também pela estiagem, com perdas de 41% na soja e 32% no milho.
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