Não são apenas serifas. É o DNA!
Semana passada o Google atualizou seu logotipo e foi o que bastou para o festival de “gostei”, “não gostei”, “perdeu a graça” e por aí vai. A mudança mais visível foi a extinção das serifas (aquelas “perninhas" no final do traço das letras), causadora do maior incômodo e críticas.
E aí? Melhorou ou piorou?
Bem, já afirmei e reafirmei aqui muitas vezes: a marca gráfica deve traduzir a essência da empresa, seu DNA. E em vez de fazer uma análise subjetiva baseada em gosto, vamos pensar do ponto de vista da tradução dessa essência.
Qual é o atributo mais marcante do Google? A acessibilidade. A empresa preza por facilitar a obtenção da informação ao maior número possível de pessoas; trabalha incansavelmente para mapear, organizar, classificar e permitir a leitura e aquisição de textos, números, fotos, imagens e dados diversos. Todas as empresas do grupo trabalham na mesma linha; tanto que há várias start-ups financiadas pelo conglomerado que têm por objetivo disseminar sinais de internet usando uma constelação própria de satélites (veja mais aqui).
E onde entra o logotipo nessa história?
O trabalho de redesenho da marca, simplificando-a por meio da redução do número de equações matemáticas que descrevem as curvas e retas do desenho, combinado com a otimização no código que descreve a imagem, diminuiu o tamanho do arquivo em 45 vezes! Um belíssimo trabalho integrado de designers e programadores em prol da maximização dos recursos.
Isso quer dizer que cada vez que o site do Google for acessado (e são milhões, talvez bilhões de vezes por dia), a quantidade de informação que precisa ser transferida só para desenhar o logo na tela do seu computador, tablet ou telefone, vai ser reduzida em 45 vezes!
É mais sustentável, mais inteligente, mais econômico e muito mais coerente com a identidade.
É claro que há também a componente emocional e a empresa sabe bem disso. Assim, as cores foram mantidas (só que sem efeitos de sombra, que ocupam menos espaço) de maneira a conservar a ideia de bom-humor, informalidade, proximidade e também acessibilidade.
Se tem uma empresa que sabe tudo de identidade corporativa, ela se chama Google.
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