Os brasileiros estão investindo mais em 2023

Dados da Anbima revelam evolução, com destaque ainda para renda fixa
A região Sul registrou avanço de 8,3%, somando R$ 930,6 bilhões em investimentos

Segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), os investimentos feitos por pessoas físicas no país somaram R$ 5,5 trilhões no acumulado do ano até setembro. O valor representa um aumento de 9,7% em comparação com o fechamento do ano passado e engloba os segmentos varejo tradicional, varejo alta renda e private. Mais da metade dos investimentos dos brasileiros está aplicada em títulos e valores mobiliários, que somaram R$ 2,8 trilhões até a data. Impulsionado pelo varejo, tanto alta renda quanto tradicional, o instrumento avançou 18,2% nos nove primeiros meses do ano.

Na separação por região, o Centro-Oeste teve maior alta no volume de investimentos, com crescimento de 12,4%. De acordo com a Anbima, o agronegócio foi o grande responsável pelo resultado, que acumulou R$ 289,5 bilhões. O Sudeste, onde está a maior parte dos investidores brasileiros, somou R$ 3,7 trilhões em volume, alta de 9,7% em setembro na comparação com o fechamento de 2022. Já o Nordeste avançou 10,2%, totalizando R$ 476,3 bilhões. Com crescimento de 9,4%, o Norte alcançou o patamar de R$ 87,5 bilhões em investimentos. Já o Sul registrou avanço de 8,3%, somando R$ 930,6 bilhões.

Os CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) registraram alta de 15,1% em 2023, ante o fechamento do ano passado, somando R$ 819,8 bilhões. Já o volume aplicado em produtos cujos rendimentos são isentos de imposto de renda cresceu R$ 228 bilhões (28%), com destaque para as LCIs (Letras de Crédito Imobiliário), que tiveram aumento de 37,6%, totalizando R$ 297,5 bilhões. Os CRIs (Créditos de Recebíveis Imobiliários) tiveram avanço de 37,3%, para R$ 56,1 bilhões. E as LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) somaram R$ 396 bilhões, valor 28,6% maior que o registrado em dezembro de 2022. "São produtos emitidos por grandes bancos, que reúnem rentabilidade, isenção de impostos, segurança e liquidez. Por isso, se destacam bastante em momentos de taxa de juros em patamares elevados", pontua Luciane Effting, vice-presidente do Fórum de Distribuição da Anbima. Por fim, os investimentos de pessoas físicas em ações tiveram ganho de 8,2% e somaram R$ 665,3 bilhões. O Ibovespa tem demonstrado desempenho positivo no ano e acumula alta de 14%.

Poupança perde recursos
O montante aplicado na poupança, um dos investimentos mais tradicionais dos brasileiros, recuou 3,8%, chegando a R$ 912,9 bilhões. "A poupança está ganhando mais concorrência. À medida que os investidores ampliam seus conhecimentos sobre educação financeira, vão direcionando os recursos para aplicações mais rentáveis. Os investidores que usam a poupança como uma conta corrente consomem esses recursos em momentos de aperto financeiro, de juros altos e de aumento de no índice de endividamento das famílias", explica Luciane.

Fundos imobiliários se destacam
Entre os fundos, os FIIs cresceram 19,3% em nove meses, somando R$ 109,7 bilhões em setembro. Segundo Luciane Effting, novamente, a isenção de impostos é um dos chamarizes para o produto. "Além disso, os fundos imobiliários pagam rendimentos periódicos e investem em imóveis, uma aplicação tradicional no país", detalha. Favorecidos pela Selic em dois dígitos, os fundos de renda fixa avançaram 8,8%, chegando a R$ 553,7 bilhões. Os FIPs (Fundos de Investimento em participação) registraram aumento de 13,6%, totalizando R$ 27,3 bilhões. O avanço dos fundos de ações, que atingiram o patamar de R$ 225 bilhões, foi de 1,6%. Já os multimercados registraram um crescimento tímido: de 0,6%, para R$ 662,2 bilhões. "Os fundos multimercado perderam fôlego em função da alta taxa de juros que atraiu mais fluxo para os fundos de renda fixa, com destaque para os de crédito privado", explica a executiva.

Com Redação da B3

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Sexta, 03 Mai 2024

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