Um caminhão cheio de adegas para atender a nova lista de compras do consumidor

Cenas de um mercado em transformação, com desafios para quem produz e para quem vende
Apesar do freio no consumo no período, as empresas surfam na onda da estratégia on-line, que acelera o desenvolvimento de serviços de e-commerce próprios

De Curitiba (PR)

No sábado chuvoso, o consumidor ansioso recebe em casa uma adega para vinhos, com capacidade para 29 garrafas, refrigeração dual zone e outras funcionalidades que fazem dela o legítimo brinquedo de adulto, com a mesma carga de felicidade do autorama da infância. Ele não está sozinho. Naquela manhã a rota de um único entregador está fazendo a alegria de 35 compradores de Curitiba, com seu caminhão lotado de mini geladeiras Electrolux compradas pela internet.

As adegas climatizadas nem são uma grande aposta da empresa sueca, que no Brasil tem fábricas em Curitiba, São Carlos (SP) e Manaus (AM). Em outubro do ano passado, a centenária fabricante de eletrodomésticos informava em matéria da Gazeta do Povo que seu futuro estava no desenvolvimento de tecnologias ligadas à eficiência energética, menor emissão de poluentes e durabilidade das roupas, atendendo a desejos manifestados em pesquisa com os consumidores.

E de fato a atenção dos brasileiros entre março e junho privilegiou eletros de primeira necessidade para os novos hábitos da reclusão forçada. Entre eles, lavadoras de roupa, geladeiras, micro-ondas, cooktops e ar-condicionado, os mais comprados segundo o Zoom, site comparador de preços na web. Reequipada a casa com o básico, em julho essa lista ganhou outros destaques, como as Smarts TVs e as cafeteiras.

Em algum momento, é possível que equipamentos não-essenciais, como as adegas e as cervejeiras, mostrem sua força na lista de compras. Segundo a Ideal Consulting, cada brasileiro bebeu 2,8 litros de vinho entre abril e junho, aumento de 72% em relação ao primeiro trimestre desse ano. Um recorde na história da indústria nacional. Pelo menos 12% da bebida foi comprado pela internet e outros 75% em supermercados, que permaneceram abertos na quarentena.

Apesar do freio no consumo no período, as empresas surfam na onda da estratégia on-line, que acelera o desenvolvimento de serviços de e-commerce próprios. Caso da própria Electrolux, como, afirma o presidente da empresa, Jonas Samuelson, no relatório de resultados do segundo trimestre, que também aponta potencial de aumento na demanda por aspiradores de pó, filtros de água e ar e máquinas de lavar louça e roupa.

Os novos vendedores
A especialista em consumo Dani Moro, sócia-diretora da YBY Estratégia de Vendas, lembra que desde março o mutante comportamento dos brasileiros traz desafios como a necessidade de se explorar novos canais, disputar os gastos mais seletivos e o crescimento do e-commerce e do delivery.

"Como tudo isso será absorvido pelas empresas?", provoca Dani, explicando que os canais digitais, que ainda funcionavam como ponto de apoio para as vendas, agora ganham papel de destaque. A previsão é de que as vendas on-line movimentem R$ 106 bilhões até o final de 2020, segundo estimativa da Worldpanel. "Mas também é preciso estar na TV: com mais gente em casa, a audiência da telinha aumentou em 1 hora e 26 minutos, pelos dados do Kantar Ibope. Isso significa que é preciso unificar os canais de vendas para alcançar os consumidores em todos os pontos de contato."

Entendido esse ponto, de que a jornada de compra é multiplataforma e exige novas metodologias, as empresas enfrentam nova batalha. A consultoria tem atendido clientes, principalmente do varejo, que percebem a necessidade de capacitar a equipe para conquistar espaço inclusive na disputada vitrine em que as redes sociais definitivamente se transformaram.

MAIS NEGÓCIOS

UTOO cria vitrines virtuais para influenciadores digitais venderem produtos
A plataforma UTOO propõe a venda direta de produtos para seguidores de redes sociais, oferecendo uma opção de negócios e renda no universo virtual para os influenciadores. Neste novo modelo de negócio, os influenciadores expõem produtos em vitrines virtuais, para que seus seguidores possam comprar sem intermediação ou necessidade de acesso a um canal de vendas de terceiros. A venda ocorre do fornecedor diretamente para o seguidor, com a emissão de apenas uma nota fiscal, sem impostos em cascata e custos extras de divulgação. A parceria se concretiza com a remuneração de um percentual das vendas para o influenciador, que se vê motivado a divulgar seus produtos preferidos para aumentar ainda mais os seus ganhos.

"O UTOO preenche uma lacuna ao criar um novo canal de distribuição do varejo, com a venda dos produtos diretamente dos fornecedores para os seguidores das redes sociais, tudo dentro do perfil do influenciador digital. Por sua vez, as marcas fazem venda direta com menor investimento em divulgação no mundo virtual", diz Fernando Corrêa de Oliveira, um dos criadores da startup, junto com o irmão Pedro e o também empresário Humberto Vinícius de Campos. Ele argumenta que no marketplace tradicional, além dos custos de participação, as dificuldades para aparecer são enormes, pois a pesquisa de um determinado produto pode gerar milhares de opções de compra. "No nosso modelo de negócio os produtos sempre estarão em destaque nas vitrines virtuais."

Jasmine Alimentos agora vende na Amazon
Há 30 anos no mercado de alimentos saudáveis, a Jasmine Alimentos fechou parceria com a Amazon, a gigante do e-commerce, para vender 19 produtos em todo o Brasil. Entre as opções estão aveia, granola, cookies, linhaça, proteína de soja, quinoa e arroz orgânico. As negociações preveem a inclusão de 100% dos produtos da Jasmine Alimentos no e-commerce nos próximos meses. O diretor comercial e de logística da Jasmine, Fabiano Vasconcelos, explica que será possível atingir clientes que o varejo comum não conseguia alcançar em pequenas cidades de todo o país. A operação da Jasmine começou de forma artesanal no Paraná e desde 2014 a marca pertence ao grupo francês Nutrition et Santé, detentor de outras marcas líderes no segmento saudável na Europa.

Frango frito do KFC chega a Maringá
O KFC, maior rede de frango frito do mundo, inaugurou sua primeira unidade no interior do Paraná, na praça de alimentação do Catuaí Shopping Maringá. Em Curitiba, o KFC tem lojas nos shopping centers Palladium, Mueller e Estação. A loja de Maringá atende os clientes com retirada dos produtos direto no balcão e por meio de delivery, com pedidos disponíveis pelo aplicativo de entregas Uber Eats. No aplicativo, o KFC tem ofertas para consumo individual ou em família, com entrega segura. O empresário franqueado Rafael Terra Recco trabalhou por quase dois anos para consolidar o investimento na rede norte-americana que foi criada em 1952, tem 23 mil restaurantes em 140 países, e cujo carro-chefe é o frango frito.

Curso Positivo faz leilão de aulas para ajudar hospitais e entidades sociais
O Curso Positivo realiza entre os dias 24 e 28 um festival de aulas diferentes para arrecadar recursos destinados à campanha "O Amor Contagia". O esforço reúne instituições paranaenses para auxiliar hospitais públicos e filantrópicos que estão atuando no enfrentamento do Covid-19, além de organizações sociais, como casas lares e asilos. As instituições têm sido impactadas pelo baixo volume de doações, em alguns casos quase inviabilizando o atendimento. As aulas serão das 19h às 20h, pelo aplicativo Zoom. Cada aula tem 300 vagas e custa R$ 15. Aberta ao público em geral, a programação conta com temas para todas as idades, que vão desde a fantástica história da Matemática à República por meio da música.

O Curso Positivo espera a participação de 3 mil pessoas, para arrecadar R$ 45 mil. O Instituto Positivo, responsável pela gestão social do Grupo Positivo, será o responsável por repassar os recursos integralmente à campanha. A campanha conta com o apoio do Instituto Oportunidade Social, Instituto Renault, Facop, JCS Group, World Trace Center Curitiba, Instituto Purunã, Instituto Massa, Instituto Robert Bosch e das agências de comunicação 433, Vivas, Páprica, Página 1 Comunicação e Central Press. Empresas, pessoas físicas e organizações também podem fazer suas contribuições via depósito bancário – tanto para o fundo de apoio à área da saúde, quanto para o de iniciativas sociais. As doações são feitas de forma direta e não podem ser abatidas do cálculo do Imposto de Renda. 

Veja mais notícias sobre BrasilEconomiaNegócios do SulParaná.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Quinta, 12 Dezembro 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://amanha.com.br/