Taurus anuncia transferência de parte da linha de produção do Brasil para os EUA

Limitação de investimentos para aumento da capacidade produtiva no Brasil, em razão da falta de incentivos nacionais e de isonomia tributária e regulatória frente às fabricantes estrangeiras, é uma das razões para a mudança
As mudanças ocorrem a partir de uma decisão da empresa de aumentar o processo de produção na nova fábrica cedida pelo governo da Georgia e pretendem aproveitar a alta demanda nos EUA, considerado um dos maiores do setor no mundo

A Taurus anunciou nesta sexta-feira (8) que está transferindo uma das linhas de produção da pistola TS9-Striker da sua matriz em São Leopoldo (RS), no Brasil, para a sua unidade na cidade de Bainbridge, nos Estados Unidos. Esta é a primeira linha de montagem mudada pela empresa para a sede norte-americana, após o investimento feito pelo governo da Georgia na subsidiaria. A operação aumentará a capacidade de produção da fábrica norte-americana da Taurus em cerca de 50 mil armas por ano em uma linha de produção.

Em três meses, a Taurus também transferirá para os Estados Unidos uma linha de produção da pistola G2C, a mais vendida no mundo e preferida dos americanos, com capacidade de fabricação de 100 armas por hora ou aproximadamente 400 mil armas por ano, em dois turnos. As mudanças ocorrem a partir de uma decisão da empresa de aumentar o processo de produção na nova fábrica cedida pelo governo da Georgia nos Estados Unidos e pretendem aproveitar a alta demanda do mercado norte-americano, considerado um dos maiores e mais exigentes do setor de armas no mundo.

Outro fator, segundo o presidente da Taurus, Salesio Nuhs, é a limitação de investimentos para aumento da capacidade produtiva no Brasil, em razão da falta de incentivos nacionais e de isonomia tributária e regulatória frente às fabricantes estrangeiras. O produto importado quando adquirido por entidades públicas de qualquer natureza ingressa no Brasil sem imposto algum. Ao passo que o produto nacional paga uma carga elevada de impostos (IPI, ICMS, PIS e Cofins) que representam até 70% do preço.

Além disso, para poder comercializar um novo produto, as fabricantes de armas nacionais precisam atender exigências locais dos órgãos regulatórios que inviabilizam a competitividade das empresas, uma vez que o processo de homologação de um novo produto pode demorar anos em virtude da fila de espera nesses órgãos, ao passo que o produto importado não precisa se submeter ao processo regulatório, como acontece atualmente. Exportar para o Brasil, infelizmente em virtude da falta de isonomia, passou a ser um negócio atrativo.

A Taurus afirma em nota, no entanto, que continuará fabricando no Brasil, 4.300 armas por dia, com todo o portfólio atual, inclusive as pistolas TS9-Striker e G2C, e atendendo a demanda no mercado brasileiro. 

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Quarta, 11 Dezembro 2024

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