Negociação da Eliane foi oportunidade de mercado
A catarinense Eliane Revestimentos Cerâmicos (foto) anunciou a venda de 100% das suas ações para o grupo norte-americano Mohawk Industries na sexta-feira (19). O valor da transação não foi informado. Além de líder global em revestimentos vinílicos e ...
A catarinense Eliane Revestimentos Cerâmicos (foto) anunciou a venda de 100% das suas ações para o grupo norte-americano Mohawk Industries na sexta-feira (19). O valor da transação não foi informado. Além de líder global em revestimentos vinílicos e carpetes, o Mohawk é atualmente a maior empresa do setor cerâmico mundial, com faturamento bruto de US$ 3,4 bilhões somente neste segmento. Fundada em 1960, a Eliane possui unidades em Cocal do Sul e Criciúma (SC), além da Bahia, e conta com mais de 15 mil pontos de venda espalhados por todo Brasil. Segundo o comunicado oficial, a empresa informa que manterá inalteradas suas práticas comerciais e a estrutura de marcas, assim como a equipe gestora. "A Eliane dará seguimento ao seu planejamento estratégico, mas amplia a capacidade de implementar os seus planos de crescimento e incorporação de tecnologia, mantendo o compromisso de sempre ofertar aos clientes produtos da mais alta qualidade, inovadores e com soluções completas", afirma a direção.
De acordo com a colunista Estela Benetti, do jornal Diário Catarinense, a negociação da Eliane foi uma oportunidade de mercado. “Com governança constituída desde 2006 por meio da holding MG5, as cinco famílias herdeiras do fundador Maximiliano Gaidzinski decidiram que a empresa estaria à venda se surgisse uma boa oportunidade. Por isso agora a oferta da Mohawk foi aproveitada. Conforme a fonte, a Eliane está alcançando este ano um dos melhores desempenhos da sua história após crescer ano passado 5% e faturar R$ 940 milhões. A empresa tem marca forte no Brasil, onde detém cerca de 8% do mercado, e no exterior onde está presente em mais de 80 países e alcançou ano passado 13% da receita bruta. O endividamento da companhia não é elevado e a margem de lucro está melhor desde que o Brasil adotou medida antidumping em 2014”, relata Estela.
Ainda segundo a publicação catarinense, a venda da Eliane ocorre seis anos depois de a família Freitas, da Cecrisa, outra indústria de revestimentos do Sul de Santa Catarina, ter vendido 70% do capital para o fundo Vinci Partners. “A Portobello, de Tijucas, outra grande empresa de revestimentos do Brasil, da família Gomes, optou por ampliar investimentos após a suspensão da fusão com a Eliane”, recorda a colunista. “Embora com menor pressão dos fabricantes asiáticos, o setor de revestimentos do Brasil tem concorrência acirrada devido à informalidade, especialmente de fabricantes de São Paulo. Analistas avaliam que o setor necessitaria de uma maior concentração não só no Brasil, mas também no exterior para ter melhor escala e resultados”, evidencia Estela.
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