Mota: Banrisul destinou mais de R$ 10 bi aos cofres do RS desde 1994
Na entrevista coletiva concedida à imprensa nesta quinta-feira (9) para divulgar o balanço anual de 2016, o presidente do Banrisul, Luiz Gonzaga Mota (foto), teve de romper o silêncio sobre o tema da privatização do banco, especulada como uma das possíveis exigências do Ministério da Fazenda para conceder ao Rio Grande do Sul condições mais favoráveis para o pagamento de sua dívida com a União. Questionado pelos jornalistas, Mota disse que este é um assunto sobre o qual o governo gaúcho, controlador do Banrisul, já se pronunciou. “O banco não será privatizado. De zero a 10, a probabilidade é zero”, afirmou, lembrando a entrevista concedida pelo secretário da Fazenda Giovane Feltes no final de janeiro. “Não tem sentido nenhum [a privatização]. Isso não acontecerá neste governo. De 1994 para cá, o banco foi responsável por destinar mais de R$ 10 bilhões em dividendos para o caixa do tesouro estadual. Esse assunto está encerrado”, reiterou Mota.
O presidente do Banrisul também comentou a resposta dada pelo banco para a BM&FBovespa que, em 26 de janeiro, questionou o fato de as ações subirem mais de 14% em apenas um dia. “Demos uma resposta sincera e honesta sobre o que realmente aconteceu. A movimentação atípica se deu em razão de uma reportagem ter afirmado que o banco entraria na negociação da União”, lembrou.
No exercício do ano passado, o Banrisul obteve lucro líquido de R$ 659,7 milhões – valor 14% menor que o apurado em 2015. Parte desse resultado refletiu eventos não recorrentes, como a variação cambial que produziu despesas, e a compra dos serviços da folha de pagamento dos servidores do Estado – negociação concluída em junho de 2016. Somente a divisão de cartões foi responsável por quase um terço do lucro (R$ 206,2 milhões).
Os ativos totais apresentaram um saldo de R$ 69 bilhões, um aumento de 3,1%, proveniente, especialmente, do aumento da captação de depósitos. Já as operações de crédito totalizaram R$ 30,3 bilhões (-5,2%). A queda se deu em razão da recessão econômica. “Não existe investimento. É natural que isso aconteça, pois os empresários ainda aguardam uma melhora no cenário para voltar a investir”, contextualiza Mota.
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