IBGE: expectativa de vida do brasileiro sobe para 75,5 anos
A expectativa de vida do brasileiro nascido em 2015 é de 75,5 anos, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (1) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expectativa de vida para brasileiros nascidos em 2014, divulgada no ano passado, era de 75,2 anos. As informações são usadas como parâmetro para o fator previdenciário no cálculo das aposentadorias do Regime Geral de Previdência Social.
O ritmo de crescimento da esperança de vida ao nascer no Brasil continua mais rápido que o da média de países desenvolvidos. O país ganha aproximadamente três anos a cada década, e as nações mais ricas têm acréscimos de dois a dois e meio. Durante o século 20, no entanto, já houve décadas com 5 anos de aumento na expectativa de vida ao nascer no Brasil, velocidade que podia ser obtida com investimentos menores. "O padrão de mortalidade no Brasil mudou bastante. Naquele período, a mortalidade infantil ainda era muito grande e medidas simples facilmente a diminuíam, como mais escolaridade para as mães, medidas básicas de saúde e saneamento e vacinação. Medidas que aumentem a expectativa de vida hoje acabam se tornando mais caras”, avalia o pesquisador Márcio Minamiguchi, integrante da equipe do IBGE que divulgou a Tábua Completa para a Mortalidade do Brasil em 2015.
Sul
Santa Catarina tem a maior expectativa de vida ao nascer para ambos os sexos, de 78,7 anos. O Estado também tem a mais elevada esperança de vida tanto para os homens (75,4 anos) quanto para as mulheres (82,1 anos). O Rio Grande do Sul tem a quinta maior expectativa de vida do Brasil (77,5 anos) enquanto o Paraná é o sétimo (76,8 anos).
Jovens
A mortalidade de jovens por causas externas – como acidentes de trânsito e violência – é o principal fator que afasta a esperança de vida no Brasil da registrada em países desenvolvidos. A pesquisa mostra que a expectativa de vida de um brasileiro nascido em 2015 é de 75 anos, cinco meses e 26 dias, o que representa um ganho de cerca de três meses em relação a 2014 e de 30 anos na comparação com 1940. Os dados revelam, no entanto, que as chances de um homem morrer entre 20 a 24 anos se tornaram 4,5 vezes maiores que as de uma mulher na mesma idade. Em 1940, a diferença era de apenas 1,2 vez e, segundo o IBGE, o fenômeno é comum em países que passaram por um rápido processo de urbanização e formação de metrópoles, como o Brasil.
"A maior parte das mortes por violência e em acidentes de trânsito está concentrada entre os homens. Há desde fatores biológicos e comportamentais até sociais [para a sobremortalidade masculina]. Os homens têm tendência maior ao alcoolismo, tabagismo e consumo maior de calorias e são mais sujeitos a dirigir em alta velocidade”, afirma Minamiguchi. A distância entre o Brasil e países desenvolvidos na expectativa de vida não se explica apenas por esses fatos. Dados como a mortalidade infantil e o acesso à saúde pela população idosa mostram que a diferença se estende ao longo de todas as faixas etárias. "É um processo geral para que a gente tenda a convergir com países desenvolvidos. Mas a diferença já diminuiu bastante", avalia o pesquisador.
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