Empresários do PR aguardam 2017 com certo otimismo
O ano que se inicia em pouco mais de duas semanas não promete ser de grandes expectativas para o setor industrial paranaense. De acordo com a 21ª Sondagem Industrial, realizada anualmente pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), pouco mais da metade das empresas enxerga 2017 com expectativas favoráveis ao negócio. Mesmo que esse valor represente uma melhora significativa em relação a 2016, o indicador está abaixo dos períodos com histórico de percepção otimista, com níveis acima dos 70 pontos. Alguns fatores, como carga tributária elevada e encargos sociais foram apontados como gargalos por quase todos os entrevistados pelo levantamento. Segundo apurado pela sondagem, 55,1% do empresariado paranaense vê 2017 de maneira favorável, enquanto 21,5% estão pessimistas e 23,3% adotaram olhares indefinidos. O total de otimistas é o segundo menor da série histórica, iniciada em 1996, à frente apenas da perspectiva apresentada para o ano de 2016, quando o indicador registrou discretos 32,8% de otimismo.
O presidente da Fiep, Edson Campagnolo (foto), afirma que os dados refletem a incerteza dos industriais paranaenses diante da persistente recessão econômica e da instabilidade política do país. "Ao longo de 2016, especialmente pela troca de governo, houve melhora na confiança dos empresários, mas chegamos ao fim do ano ainda em um cenário instável, com turbulências políticas e sem sinais de reaquecimento da economia”, afirma. “Temos um aumento no otimismo do empreendedor em relação à pesquisa anterior, mas só teremos a plena recuperação desse indicador quando houver a efetiva retomada do crescimento", acrescenta Campagnolo que recebeu a imprensa nesta quarta-feira (14) para comentar a pesquisa.
Para os que olham o próximo ano de modo mais favorável, 34,4% apontam que devem ocorrer novos investimentos. De olho nas vendas, 46% deles entendem que durante o ano devem ver esse indicador aumentar, mas apenas 19,4% dos que responderam à pesquisa acreditam que haverá aumento de emprego. O ceticismo sobre o aumento de vagas na indústria para 2017 refletem a expectativa de que a indústria seguirá se transformando estruturalmente, incorporando por necessidade novos padrões tecnológicos diante de um ambiente cada vez mais competitivo.
Já no grupo dos pessimistas, que somam 21,5% dos ouvidos pela sondagem, 46,1% informam que não farão novos investimentos no próximo ano; 25,3% entendem que haverá redução do emprego e 28,4% já trabalham com a possibilidade de queda nas vendas. Ainda de acordo com o estudo, entre os problemas externos às empresas, a carga tributária elevada foi responsabilizada por 83% dos empresários como o principal entrave para a concorrência no mercado interno. Na sequência, 69,8% dos industriais identificaram os encargos sociais elevados.
A pesquisa
Parte dos processos de pesquisa sistemática realizados pela Fiep desde 1986, a Sondagem Industrial é consolidada nos indicadores de desempenho industrial produzidos e divulgados mensalmente. O objetivo da sondagem anual é disponibilizar um panorama do desempenho industrial paranaense, tanto no que se refere às medidas adotadas para superar os desafios atuais quanto no que se refere às perspectivas de 2017 para a indústria do Estado. A 21ª edição da Sondagem Industrial da Fiep ouviu 390 empresas, sendo 107 de médio e grande porte e 290 micro e pequenas de todo o Estado.
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