Covid-19: o Brasil tem algo a aprender com a China?

Os chineses, maior população do mundo, conseguiram escapar da crise do coronavírus
Funcionários desinfetam os ônibus em Yichang, província de Hubei, na China Central

Como parte de um guia para enfrentar a crise trazida pelo novo coronavírus, o estrategista-chefe da XP Investimentos, Fernando Ferreira, elencou, a partir de uma reunião virtual com o líder da Bain & Company chinesa, Weiwen Han, visões vindas da China que podem ser consideradas para a experiência brasileira. O país onde a doença se originou já enfrenta o problema desde o fim do ano passado. Nesta semana, pouco mais de três meses depois, as atividades já começam a voltar ao normal. Veja, em seis pontos cruciais, o que o Brasil poderá fazer para passar de forma mais rápida – e com o menor número de impactos possível – pela crise do coronavírus.

Segunda onda? Um novo alerta para o mundo
Na Ásia, existe uma crescente preocupação entre os consumidores e empresários em relação a uma eventual segunda onda de casos do coronavírus. Por isso, é esperado que as restrições em relação a viagens possam prosseguir até dezembro em vários países asiáticos e na China. O medo é principalmente relacionado a casos de pessoas infectadas vindas do exterior, já que, internamente, a pandemia foi controlada.

Mudança de hábito: uma variável importante no pós-crise
Apesar de a China ter encontrado a solução para arrefecer o contágio do vírus, alguns setores da segunda maior economia do mundo, como varejo, restaurantes, shoppings e viagens, estão sentindo uma recuperação mais lenta, conforme a continuidade da preocupação e do medo que as pessoas sentem de sair de casa e retomar hábitos. Além desses setores, os consumidores chineses estão querendo aumentar o nível de poupança e salvar mais dinheiro para o futuro. Isso deve impactar o consumo de bens mais valiosos, como no segmento de luxo.

Cadeias de suprimento devem se alterar
Segundo Weiwen, da Bain & Company, muitas empresas devem alterar a grande dependência da cadeia de suprimentos da China. A crise do coronavírus mostrou para multinacionais que é muito arriscado depender tanto de um país só. Além disso, o custo de mão de obra subiu muito no gigante asiático nos últimos anos, e já não é mais tão barato produzir os produtos por lá. Essa lição pode ser positiva no longo prazo para outros países de mercados emergentes, como o Brasil.

Os setores beneficiados e as oportunidades da crise na China
Como em toda crise, há setores que acabam sendo beneficiados pelo aumento de demanda. Na China, os setores que foram na contramão do mercado foram e-commerce, entretenimento on-line (principalmente gaming e streaming), comércio de alimentos e, mais recentemente, os setores ligados a investimentos e infraestrutura, que estão tendo o benefício dos estímulos governamentais para a retomada econômica.

O exemplo da quarentena chinesa
Weiwen também mencionou que a China teve muito sucesso em controlar a pandemia porque, quando se percebeu a gravidade da doença, o governo acionou rapidamente o alerta vermelho e fechou praticamente o país todo, proibindo as pessoas de saírem de casa. Em sua análise, isso dificilmente ocorreria em outras economias democráticas, nas quais as pessoas têm mais liberdade de ir e vir e não, necessariamente, respeitam as diretrizes impostas pelo governo.

Menos globalização?
A crise do coronavírus pode trazer, mesmo que temporariamente, um efeito e uma sensação de menos globalização no mundo. Viagens de negócio tendem a se reduzir, governos – muito provavelmente – manterão restrições de movimentação de pessoas e devem se voltar mais ao mercado interno.

*Com edição de Eduarda Pereira

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Quinta, 12 Dezembro 2024

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