A Panvel mira o Paraná. E a Nissei olha para São Paulo
No sul, o varejo de farmácias cruza as fronteiras estaduais no ritmo de expansão das duas principais redes de drogarias da região, que planejam seguir crescendo, apesar das projeções de um cenário econômico difícil para 2015. A Panvel (foto), tradicional rede originária do Rio Grande do Sul e que já instalou 35 lojas na vizinha Santa Catarina, agora olha para o Paraná como o principal ambiente para expandir seus negócios. Enquanto isso, a paranaense Nissei prefere fortalecer sua posição colocando suas fichas no mercado de São Paulo.
Com a força de um faturamento de R$ 2 billhões em 2014, o que significa 8% de crescimento em relação ao resultado do ano anterior, a Panvel projeta a abertura de 35 novas lojas em 2015. “O nosso foco é a região sul. Metade das novas inaugurações é no estado do Paraná e a outra metade é dividida entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina”, indica Julio Mottin Neto, vice presidente do Grupo Dimed/Panvel . “Investimos no Paraná porque é onde temos a presença mais tímida, são 29 lojas lá e todas em Curitiba. Nesse ano estamos entrando em Maringá e Londrina”, avisa.
Ainda que os custos com aluguéis, energia elétrica e folha de pagamento dos funcionários tenham aumentado, a previsão da Panvel é de que 2015 deverá ser um ano melhor do que 2014. O ano que passou foi considerado atípico por conta da mudança da sede administrativa do Grupo Dimed de Porto Alegre para Eldorado do Sul, na região metropolitana de Capital gaúcha. A Copa do Mundo foi outro fator que freou as vendas. “Esse ano teremos que cortar custos, o que para nós é um problema muito sério”, diz, referindo-se à pouca margem para repassar custos ao consumidor. “Até porque o preço do medicamento é tabelado pelo governo e há mais de dez anos aumenta abaixo da inflação”, indica Mottin Neto. Ainda assim, a projeção para o ano é de um crescimento de 15% para o varejo 8% para o atacado, com um crescimento médio de 13% nas receitas do grupo Dimed/Panvel.
Se o corte de custos é difícil e não é possível reajustar o preço dos medicamentos, a saída é apostar no setor de higiene e beleza, que já representa 35% das vendas da Panvel. Além das novas inaugurações, a rede está transferindo lojas pequenas para pontos maiores, com o objetivo de dar mais espaço para os produtos que tem preço livre. “A vaidade das pessoas normalmente é muito forte, talvez até mais forte do que a preocupação com comida”, compara Mottin Neto, com uma ressalva: “Na parte de vendas ainda estamos otimistas, mas na parte de custos vamos ter que ter muito cuidado.”
A paranaense Nissei também está jogando no ataque. A companhia, que vem registrando um crescimento médio de 18% ao ano, aposta em um cenário favorável. Dados da consultoria IMS Health apontam que até 2018 o Brasil deve saltar do 10º para o 4º lugar em um ranking que compara o tamanho do mercado de produtos farmacêuticos em diferentes países. “Com um pouco de cautela, podemos afirmar que é possível mantermos o crescimento previsto em nosso planejamento, já que a situação econômica não tem interferido de forma decisiva em nosso segmento”, afirmou, por e-mail, o diretor da Nissei Alexandre Maeoka.
Entre 2009 e 2014 a Nissei conseguiu dobrar o seu faturamento, atingindo o valor de R$ 1,3 bilhão no ano passado. “Pretendemos manter o nosso planejamento de expansão, com foco principal no estado de São Paulo, uma área bastante estratégica para o nosso negócio”, aponta Maeoka. O crescimento da rede é sustentado por uma forte ampliação no número de lojas da marca, saltando de 150 para 230, no mesmo período em que o faturamento dobrou. Por isso, a intenção da Nissei é seguir com o pé no acelerador e marcar território no mercado paulista.
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