Procuradores dos EUA abrem ação antitruste contra o Google

Procuradores-gerais de 48 estados e dois territórios dos Estados Unidos anunciaram uma investigação antitruste contra o Google (foto) no país. O conglomerado (que desde 2015 mudou de nome para Alphabet) havia sofrido multas de órgãos reguladores no p...
Procuradores dos EUA abrem ação antitruste contra o Google

Procuradores-gerais de 48 estados e dois territórios dos Estados Unidos anunciaram uma investigação antitruste contra o Google (foto) no país. O conglomerado (que desde 2015 mudou de nome para Alphabet) havia sofrido multas de órgãos reguladores no país antes, mas a iniciativa divulgada nesta segunda-feira (9) marca uma ofensiva importante contra uma das maiores empresas de tecnologia do mundo. O procurador-geral do Texas, Ken Paxton, líder da iniciativa, destacou o poder de mercado do grupo nos mercados on-line e como isso afeta o caráter aberto e inovador da web. “Consumidores acreditam que a internet é livre, mas não é. Essa é uma companhia que domina todos os aspectos de publicidade e busca. O lado do comprador, do consumidor e até mesmo o segmento de vídeo com o Youtube”, lembrou.

O procurador-geral do Distrito de Columbia, Karl Racine, caracterizou a apuração como um esforço para avaliar os impactos do poder de mercado do Google e saber se há “condições mínimas na indústria de tecnologia on-line”. Ele citou como exemplo o fato dos resultados de busca de maior visibilidade em geral estarem associados a negócios do próprio Google (como vídeos do Youtube e informações sobre produtos do Google Shopping). “O Google comanda uma grande parcela do mercado de publicidade on-line e nós devemos garantir que todos são tratados de maneira justa”, disse Racine, em uma referência a eventuais práticas anticoncorrenciais do grupo. Racine ressaltou que a investigação busca proteger não somente o usuário dos serviços do conglomerado, mas também os pequenos negócios que podem estar sofrendo os efeitos de um poder monopolista.

A procuradora-geral do Arkansas, Leslie Rutledge, afirmou que seu foco é proteger os consumidores dos Estados Unidos. “Quando minha filha está doente e procuro on-line, quero o melhor auxílio, não a clínica que pode gastar mais em publicidade. A maioria dos EUA pensa que é gratuito pesquisar algo, mas vem com um custo”, revelou. O procurador-geral da Dakota do Sul, Jason Ravnsborg, disse que o desejo é assegurar condições justas de competição. Segundo o procurador-geral de Utah, Sean Reyes, o fato de tantos procuradores se juntarem no esforço sinaliza a capilaridade das atividades do conglomerado e a continuidade das denúncias contra ele. “Embora democratas e republicanos sejam de partidos diferentes, temos um laço comum na proteção dos cidadãos dos nossos estados”, reiterou a procuradora-geral da Flórida, Ashley Moody.

O Alphabet (conglomerado do Google) deixou de ser apenas um mecanismo de busca. Este serviço, pelo qual a maioria dos usuários conhece a empresa, tem uma participação de mercado global de mais de 90%, segundo a consultoria Statcounter. Além disso, controla os principais navegadores (Chrome, com 63% do mercado), sistema operacional para dispositivos móveis (Android, com 76% de mercado), servidor de e-mail (Gmail, sendo utilizado por mais de 1,5 bilhão de pessoas) e plataforma de streaming de vídeo (Youtube, com 2 bilhões de usuários). O Alphabet também comercializa serviços para empresas e infraestrutura na nuvem e mantém o que chama de “outras apostas”, uma série de empresas com pesquisas e desenvolvimento tecnológico, que vão do combate ao envelhecimento a carros autônomos, passando por serviços de acesso à internet usando balões ou equipamentos como desktops, smartphones e assistentes virtuais.

Em março deste ano, a União Europeia multou o Google em ?1,49 bilhão de libras por abuso de poder de mercado. Antes desta, mais duas multas haviam sido aplicadas por violações das regras europeias de competição. Segundo o órgão de concorrência do bloco, o Google fechava contratos com cláusulas que minavam a competição, dificultando a disseminação de anúncios de concorrentes do grupo.

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Quinta, 21 Novembro 2024

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