Muito além da criptomoeda

O blockchain, um banco de dados de distribuição livre que usa criptografia de última geração, já vem sendo apontada como a próxima revolução depois da internet. Dom Tapscot o chama de a Segunda Era da Internet. “Além da transformação nos serviços fin...
Muito além da criptomoeda

O blockchain, um banco de dados de distribuição livre que usa criptografia de última geração, já vem sendo apontada como a próxima revolução depois da internet. Dom Tapscot o chama de a Segunda Era da Internet. “Além da transformação nos serviços financeiro e de setores governamentais, deve trazer implicações profundas à competitividade, arquitetura e estratégia de negócios e liderança”, prevê o pesquisador, escritor e palestrante canadense. Embora muitos associem a tecnologia apenas às criptomoedas, ela possibilita transações que vão muito além do mercado financeiro. A tecnologia possibilita estabelecer relações de confiança e permite que tudo seja transacionado na internet sem intermediários.

Segundo o Gartner, a tecnologia de Blockchain está evoluindo de uma infraestrutura de criptomoeda para uma plataforma de transformação digital. É um afastamento radical das atuais transações centralizadas e sistemas para guardar registos e pode servir de base para negócios digitais disruptivos, tanto para empresas estabelecidas e startups, quanto para governos. Se hoje, quando vamos enviar dinheiro a alguém, temos de passar por um banco, uma operadora de cartão ou um órgão governamental que autentique quem somos e quem é nosso receptor, agora poderemos fazer operações diretamente com base em um protocolo de confiança provido pelo Blockchain.

Em uma pesquisa para o Blockchain Revolution (livro de Don Tapscott e Alex Tapscott), foram identificadas oito coisas que essa indústria faz: movimenta dinheiro, armazena dinheiro, empresta dinheiro, troca dinheiro, atesta dinheiro, e assim por diante. E tudo isso pode ser modificado com o blockchain, a maior inovação da história da ciência da computação. Refiro-me à ideia de uma base de dados distribuída, na qual a confiança é estabelecida por meio da colaboração em massa e por códigos inteligentes, em vez de precisar de uma instituição poderosa que faça a autenticação e o acordo.

No mundo inteiro já observamos movimentos que buscam explorar as possibilidades da tecnologia. Em Hong Kong, por exemplo, a Hong Kong Blockchain Society (HKBCS) é dedicada à conscientização da tecnologia Blockchain além do público de tecnologia, a indústria, os reguladores e os instituições políticas, trabalhando com todos os níveis de governo, indústria, acadêmicos e pensadores e outras partes interessadas para educar, promover e desenvolver a tecnologia Blockchain e suas aplicações comerciais para diferentes indústrias.

O Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação (TI) da China realizou um estudo sobre as tecnologias Blockchain para promover a "formação de um sistema padrão Blockchain completo o mais rápido possível", de acordo com um comunicado de imprensa divulgado no dia 12 de março. Agora, um comitê será formado para levar a proposta adiante. Já em Israel, a Microsoft está trabalhando com o Bank Hapoalim em um sistema que usa a tecnologia Blockchain para gerenciar garantias bancárias digitais. Enquanto a IBM, recentemente, finalizou um projeto teste na Austrália, com os bancos ANZ e Westpac, além do Scentre Group, para digitalizar o processo de garantia bancária utilizado para o arrendamento de imóveis comerciais.

O poder distribuído
Com isso, podemos concluir que a transformação que o Blockchain oferece moldará o futuro, facilitando transações comerciais, criando um sistema transparente e seguro, promovendo marketplaces autônomos e, principalmente, obrigando as empresas a reformularem o tradicional formato do seu negócio. E isso não se aplica somente ao mercado financeiro, mas ao mundo todo. 

Esta nova tecnologia provocará uma onda de novos mercados potenciais e novos modelos de negócios distribuídos. Ao usar tecnologia Blockchain, os consumidores podem limitar a quantidade de dados que as empresas podem vender umas às outras, aumentando a proteção de dados e fornecendo mecanismos para que as pessoas busquem micro pagamentos.

Com o Blockchain, estamos caminhando para uma economia verdadeiramente compartilhada e colaborativa, governada por e para as pessoas. Cabe a nós explorar as novas oportunidades que o Blockchain oferece. 

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Quinta, 21 Novembro 2024

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