Black Friday: saiba como identificar os golpes mais comuns

Metade dos brasileiros já foram vítimas de fraudes, aponta Serasa Experian; veja como se proteger

A Black Friday, data tradicional de descontos no comércio, consolidou-se também como um campo fértil para golpistas, a ponto de ganhar o apelido nada honroso de "Black Fraude". Se por um lado os consumidores se planejam para comprar itens desejados, por outro, criminosos digitais se aproveitam do aumento do tráfego online e da ansiedade por ofertas para aplicar golpes cada vez mais sofisticados. Os prejuízos são bilionários e a desconfiança se tornou parte do processo de compra. De acordo com o Mapa da Fraude 2025, elaborado pela Clear Sale, somente no e-commerce brasileiro foram registradas 2,8 milhões de tentativas de fraude este ano, representando um potencial de R$ 3 bilhões em perdas. O valor médio de cada transação fraudulenta subiu para R$ 1.072,33, indicando o foco dos criminosos em produtos de alto valor, como smartphones, eletrônicos e eletrodomésticos.

"Dois em cada três brasileiros já foram impactados por golpes virtuais. Se você ainda não foi vítima, é bem provável que alguém próximo já tenha passado por essa experiência", alerta Alex Tabor, CEO da Tuna Pagamentos. O executivo ressalta que, além das fraudes tradicionais, as práticas comerciais enganosas de algumas lojas, como inflar preços antes da promoção para oferecer um desconto ilusório, contribuíram para a descrença.

Mas o cenário atual vai além dos falsos descontos. Uma engrenagem complexa de fraudes digitais se espalha por diversos canais. Sites clonados, conhecidos como phishing, são cópias quase perfeitas de lojas legítimas e têm enganado consumidores desatentos. Links fraudulentos, anúncios enganosos e QR Codes adulterados completam o arsenal dos criminosos. A desconfiança tem feito com que 48,1% dos consumidores desistam de finalizar uma compra online, segundo o relatório Identidade e Fraude 2025 da Serasa Experian.

O especialista em segurança da informação Amador Neto, enfatiza que um terço das pessoas foram vítimas de golpes ao pagar por boleto ou Pix. A recomendação é que, caso tenha receio ao comprar de um determinado site, utilize a forma de pagamento Cartão de Crédito, pois através dela você poderá solicitar à instituição bancária a devolução do pagamento. Outra recomendação do especialista é ter sempre um antivírus atualizado em seu computador, ou realizar seus pedidos através de seu celular para uma maior segurança dos dados.

Veja, a seguir, os golpes mais comuns:

Sites falsos que imitam grandes marcas

Um dos golpes mais perigosos é a criação de sites falsos com aparência idêntica à de grandes varejistas. Endereços eletrônicos com pequenas variações, como trocar uma letra por outra, são usados para enganar o consumidor. Para se proteger, o ideal é digitar manualmente o endereço da loja, verificar se há cadeado de segurança (HTTPS) e confirmar o CNPJ da empresa no site da Receita Federal. Utilize verificadores de sites como o Site Confiável ou Reclame Aqui, para checar se o endereço da loja é o correto para efetuar uma compra segura.

Descontos falsos e "metade do dobro"
Essa é uma das práticas mais conhecidas e, infelizmente, mais comuns. Lojas aumentam o preço dias antes da data e anunciam um grande desconto depois. Cerca de 64% dos consumidores acreditam que as promoções da Black Friday são enganosas, segundo pesquisas de mercado. A recomendação é monitorar os preços com antecedência usando comparadores como Zoom e Buscapé e ativar alertas de variação de valor para identificar descontos realmente legítimos.

Phishing e links fraudulentos
Mensagens falsas com ofertas "imperdíveis" são enviadas por e-mail, WhatsApp ou redes sociais. Ao clicar, o usuário é direcionado para sites que coletam dados bancários e senhas. De acordo com a Kaspersky, o Brasil registrou 553 milhões de tentativas de phishing em 12 meses, o que equivale a 1,5 milhão de ataques por dia. Para se proteger, não clique em links de mensagens suspeitas e verifique sempre o domínio de origem. Também é essencial usar autenticação em dois fatores e antivírus atualizado.

Golpes com Pix e boletos falsos
A popularização do Pix e dos boletos facilitou os pagamentos, mas também abriu brechas para fraudes. Durante a Black Friday, criminosos inserem chaves Pix falsas ou boletos clonados com dados adulterados. Antes de pagar, verifique os dados do destinatário, confirme o CNPJ e, em boletos, cheque se os primeiros dígitos da linha digitável correspondem ao banco emissor.

Anúncios e perfis falsos nas redes sociais
Criminosos criam perfis que imitam grandes lojas e usam deepfakes com influenciadores e celebridades para dar credibilidade aos golpes. A dica é analisar o histórico do perfil, conferir interações reais nos comentários e evitar comprar por grupos fechados de ofertas. Mesmo os consumidores mais atentos podem ser vítimas. Se isso acontecer, o primeiro passo é agir rápido: entre em contato com o banco e interromper a transação imediatamente. Se o golpe for via Pix, use o Mecanismo Especial de Devolução (MED), disponível em todas as instituições financeiras. Registre um boletim de ocorrência e reúna provas como prints e mensagens. Em seguida, notifique o Procon e o consumidor.gov.br para tentar resolver o problema junto à empresa. Por fim, troque suas senhas, ative autenticação em dois fatores e monitore movimentações suspeitas.

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Terça, 25 Novembro 2025

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