Sindienergia-RS vê oportunidades em hidrogênio verde para o Sul

Governo gaúcho anunciou proposta estratégica para o combustível
"O Rio Grande do Sul possui uma diferença logística que resulta em menor competitividade, se comparado com o Nordeste, por exemplo, região mais próxima da Europa, um mercado que apresenta maior demanda de hidrogênio verde", avalia o presidente do Sindienergia-RS, Guilherme Sari

A produção de hidrogênio verde no Rio Grande do Sul está entre os focos de atuação do Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do RS (Sindienergia-RS). A geração deste tipo de energia também integra a proposta estratégica do governo gaúcho para os próximos anos. Uma mostra desse movimento está no lançamento do estudo "Estratégias para o Hidrogênio Verde no Rio Grande do Sul", pelo governo gaúcho, sobre a cadeia produtiva desse tipo de combustível. Na avaliação do presidente do Sindienergia-RS, Guilherme Sari, o estudo é um passo importante, de forma a divulgar as oportunidades do setor para o Rio Grande do Sul.

"Entendemos ser fundamental termos um conhecimento mais aprofundado de todo o processo. Há muitos investidores e um mercado a ser trabalhado. Ficou clara a questão de que, hoje, o mercado de hidrogênio verde gaúcho tem foco no uso interno e no Mercosul. O Rio Grande do Sul possui uma diferença logística que resulta em menor competitividade, se comparado com o Nordeste, por exemplo, região mais próxima da Europa, um mercado que apresenta maior demanda de hidrogênio verde. No entanto, sabemos que há um mercado local com demanda, com a possibilidade de uso no agronegócio, setor em que o Rio Grande do Sul e o Centro Oeste são muito fortes, e que podem demandar essa necessidade de hidrogênio ", avalia Sari. "O Sul tem um potencial eólico grande e de outras fontes renováveis de geração de energia limpa para realizar", completa. As fontes renováveis no Rio Grande do Sul já ocupam 82% da matriz elétrica. A energia eólica, por exemplo, representava 2% em 2010 e chegou a 19% uma década depois. Há ainda 10 gigawatts (GW) licenciados e capacidade total de 103 GW onshore e 108 GW offshore.

Cenários
De acordo com o estudo, no cenário mais otimista, haveria a adoção do hidrogênio verde em aplicações de todas as complexidades (baixa, média e alta), incluindo o uso em refinarias, transporte, rodoviário, cicloturbinas, fertilizante, metanol, aquecimento industrial, transporte marítimo, mistura de gás, transporte rodoviário e carro de passageiro. Neste caso, a aplicação pode gerar, até 2040, uma elevação de até R$ 62 bilhões na economia estadual – comparado com o índice de 2021, que representa 11% do total. O cenário também prevê cerca de 41 mil empregos no período. Nessa situação, ainda segundo o estudo, a redução de emissões do escopo 1 em setores gaúchos nos quais o hidrogênio verde é aplicável pode chegar a 38% em 17 anos.

Se utilizado em atividades de baixa e média complexidade, o que inclui refinarias, transporte ferroviário, cicloturbinas, fertilizantes, metanol, aquecimento industrial, transporte marítimo e mistura de gás, o PIB gaúcho poderia crescer em R$ 33 bilhões – o equivalente a 6% sobre os valores mais atuais, e mais 25 mil empregos gerados. Já no cenário de aplicações de apenas baixa complexidade – como é o caso de refinarias, transporte ferroviário e cicloturbinas – a alta esperada chega a R$ 3,7 bilhões do PIB no mesmo período e geração de 2 mil empregos.

O estudo também apontou dez localidades gaúchas com condições mais favoráveis ao desenvolvimento dessa atividade: Cambará do Sul/Arroio do Sal, Dom Pedrito, Giruá, Mostardas, Porto Alegre, Rio Grande, Santa Vitória do Palmar, São Francisco de Assis, Uruguaiana e Vila Nova do Sul. Também foi firmado um termo de colaboração entre prefeitura de Rio Grande e governo estadual com o objetivo de prospectar oportunidades, seja pelo hidrogênio verde ou outras ações, para efetivar um programa de desenvolvimento de emprego e renda, focado em questões como a mudança climática e sustentabilidade. Uma iniciativa que pode ser tomada nessa área é o uso do hidrogênio verde como combustível da frota de ônibus do município. Acesse, a seguir, a integra dos estudos feitos pelo governo gaúcho que também apresenta alguns dados consolidados sobre a região Sul.

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Terça, 30 Abril 2024

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