Mundo precisa migrar para a bioeconomia, defende economista alemão em evento na Fiesc
A economia mundial precisa urgentemente fazer a transição dos modelos convencionais de produção para modelos baseados na bioeconomia, com maior viés de sustentabilidade. O argumento foi defendido pelo economista da inovação Andreas Pyka, da Universidade de Hohenheim e membro da Sociedade Internacional Schumpeter. "Os setores industriais que vão surgir nos próximos anos e décadas serão verdes, eles vão criar produtos verdes, consumir energia verde e gerar vagas de empregos verdes", afirmou, em palestra no evento Desafios e Oportunidades de Inovação e Diversificação Inteligente em Santa Catarina e no Mundo, realizado na segunda-feira (30), na Academia Fiesc de Negócios.
"Teremos de substituir as atividades convencionais pela bioatividade", destacou o economista. Segundo ele, essa economia evolucionária não gerará resultados homogêneos, pois os diferentes segmentos darão contribuições diversas. Os desafios para manter a empregabilidade diante dos avanços tecnológicos têm afetado o trabalhador médio americano, a exemplo do que ocorre em outros países, como o Brasil. "Há uma grande corrida entre o ensino e a tecnologia", afirmou, no mesmo evento, Mary Kaltenberg. Ela observou que o desenvolvimento tecnológico tem gerado mudanças nas atividades profissionais, abolindo ou reduzindo as vagas para funções que existiam há poucas décadas, e gerando outras. Por outro lado, a docente constatou que os profissionais que congregam habilidades sociais (comportamentos) e competências em áreas como matemática, física, química, biologia, entre outras, são mais valorizados no mercado de trabalho.
Kaltenberg citou exemplos como o dos profissionais que trabalhavam na revelação de fotografias e caixas de banco. Os primeiros tiveram que se adaptar a novas funções, como o tratamento digital de fotos. Já os caixas de banco reduziram significativamente a manipulação de papel moeda e passaram a realizar outras tarefas. Segundo ela, os profissionais que não conseguem se adaptar às novas funções acabam parando no seguro-desemprego, que, como a economista explicou, vem crescendo nos Estados Unidos. O público que cursou até o ensino médio – ou menos – tem sido o mais prejudicado, com redução de renda. Ela observou que as atividades manuais e segmentos como agricultura e extrativismo vêm reduzindo a geração de empregos, em tendência inversa à de setores tecnológicos e de saúde. A docente observa que os avanços tecnológicos, como a inteligência artificial contribuem expressivamente para o aumento da produtividade.
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