Dois em cada três brasileiros revelam pouco engajamento com a sustentabilidade

Embora a preocupação com as mudanças climáticas impacte 45% da população, questões econômicas e a falta de informação ainda são barreiras significativa
Na América Latina, os eco-dismissers, categoria que demonstra baixo engajamento com o tema, cresceram de 38% para 40%

Apesar da preocupação com o meio ambiente, o esforço para manter hábitos sustentáveis tem perdido força diante das pressões sociais e econômicas. Essa é a conclusão da sexta edição do estudo "Sustentar para Ganhar", lançado pela Worldpanel by Numerator, que revela um cenário desafiador para a América Latina. Prova disso é que 36% dos consumidores latino-americanos afirmam que se tornou mais difícil agir de forma sustentável, e apenas um terço reconhece sua própria responsabilidade pelos danos ambientais, enquanto a maioria (40%) atribui a culpa às indústrias. 

Também há queda entre as pessoas mais engajadas: os eco-actives, perfil de consumidores comprometidos e atuantes, passaram de 28% em 2024 para 22% em 2025, enquanto os eco-dismissers, categoria que demonstra baixo engajamento com o tema, cresceram de 38% para 40%. Desde a primeira edição, o estudo identifica três perfis de consumidores em relação à sustentabilidade: além dos eco-actives e dos eco-dismissers há ainda os eco-considerers, que se preocupam, mas nem sempre transformam essa preocupação em ação.

Nesse cenário, o Brasil se destaca com a maior proporção de eco-dismissers da região: 66%. Embora a preocupação com as mudanças climáticas impacte 45% da população, questões econômicas e a falta de informação ainda são barreiras significativas. Sediar a COP30, inclusive, coloca o país em posição estratégica para reverter essa tendência. "Em plena COP30, o estudo reforça que educar, facilitar e inspirar o consumo sustentável será essencial para transformar a preocupação ambiental em ação concreta. As empresas que souberem estender a mão a esse consumidor em transição terão não apenas resultados de negócio, mas também reconhecimento como agentes de confiança e transformação", aponta Kesley Gomes, diretora da Worldpanel by Numerator.

Tanto é que os eco-dismissers representam oportunidades reais para marcas e políticas públicas. Eles movimentam 31,8 bilhões de euros no mercado de bens de consumo massivo e 40% tentam adotar práticas mais sustentáveis. O desafio está nas lacunas de informação: 10% nunca compraram produtos com materiais reciclados, mas gostariam de fazê-lo e 10% demonstram o mesmo sobre ingredientes locais. A falta de conhecimento sobre reciclagem também é um obstáculo, uma vez que 47% não entendem as etiquetas e miais da metade (51%) não sabem o que fazer com embalagens biodegradáveis. Essa falta de clareza se reflete no baixo índice de reciclagem de materiais como pilhas e baterias (64%), vidro (58%) e alumínio (55%).

O estudo "Sustentar para Ganhar", da Worldpanel by Numerator, é baseado em mais de 15 mil entrevistas realizadas em nove mercados da América Latina. São eles: América Central (Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua e Panamá), Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México e Peru.

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Quarta, 19 Novembro 2025

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