A maré negra

Estou na região Nordeste desde a semana passada. Ha cerca de um mês, amigos residentes em pelo menos três estados daqui me falavam das manchas de óleo na areia. Um primo, com quem passei boa parte da infância, disse que eram semelhantes àquelas de no...
A maré negra

Estou na região Nordeste desde a semana passada. Ha cerca de um mês, amigos residentes em pelo menos três estados daqui me falavam das manchas de óleo na areia. Um primo, com quem passei boa parte da infância, disse que eram semelhantes àquelas de nossa infância. Comuns na época, frequentemente ficavam-nos coladas ao solado dos pés, e nem sempre o banho de mar aliviava a queimadura de imediato visto que o visgo grudava no calcanhar. Chegando em casa, tínhamos de esfregar a mancha com Varsol e muitos capuchos de algodão. Tendo se tornado fenômeno mais raro, fiquei surpreso com a notícia e com a falta de uma apuração pertinente. 

De terça para quarta, a situação tornou-se mais crítica. Sem saber o que pensar, acolho o comentário postado para mim pelo amigo Geraldo Veras, que se saiu com uma intrigante hipótese, que merece reflexão. Disse ele: “Não apoio a agenda extremista e recheada de teorias da conspiração de alguns setores que influenciam o governo Bolsonaro, e em especial a verborragia do presidente. Mas confesso que fica complicado acreditar em várias ´coincidências ambientais trágicas´ supostamente ocorridas com a complacência do governo, que vem varrendo o Brasil e sua credibilidade internacional do início do ano para cá. 

1) Rompimento de barragem e forte baixa na indústria extrativa nacional, a nossa maior exportadora em valor agregado; 

2) queimadas “recordes” na Amazônia logo após firmamento da intenção de acordo entre Mercosul e União Europeia, para em seguida ser colocado em risco por países que subsidiam fortemente sua agricultura, concorrente da brasileira; 

3) poluição de petróleo bruto, compatível com o extraído na Venezuela, em praticamente todo Nordeste (principal destino do turismo de praia), às vésperas do maior leilão de petróleo da história do Brasil.

Confesso que está ficando difícil me defender dos Olavistas.”

Isso dito, deixo ao leitor de "Ao Redor do Mundo" o julgamento do mérito dessa reflexão. A ela voltaremos. 

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Quinta, 21 Novembro 2024

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