BRDE formaliza crédito de R$ 200 milhões para empresas paranaenses afetadas pelo tarifaço
O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) anunciou os detalhes da linha de crédito voltada às empresas paranaenses afetadas pela aplicação de tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A instituição disponibilizou um crédito emergencial inicial de R$ 200 milhões para empresas e cooperativas paranaenses exportadoras para financiamento de capital de giro, com prazo de 5 anos, sendo um ano de carência, e taxa de juros de IPCA mais 4%, menor do que a maioria das linhas de crédito disponíveis.
O BRDE financiará de R$ 500 mil a R$ 10 milhões por empresa, dependendo da capacidade do tomador. As empresas devem comprovar que foram afetadas pelas tarifas, ou seja, devem ser exportadoras para os EUA, apresentar histórico de exportações ou indicar demissões ou férias coletivas. O BRDE também analisará casos de empresas já financiadas que não conseguem pagar parcelas devido à dificuldade de exportar, podendo postergar os pagamentos. Eventuais pedidos acima de R$ 10 milhões podem ser enquadrados nas outras linhas do banco. Para essa nova linha o governo paranaense destinará R$ 43 milhões dos dividendos do BRDE (juros sobre capital próprio) para que o banco tenha lastro para ofertar dinheiro mais barato no mercado.
A Fomento Paraná também vai atender empresas que tiveram prejuízo, mas com valores abaixo de R$ 500 mil, principalmente para microcrédito e créditos especiais para pequenos empreendedores, com atendimento personalizado. A instituição financeira tem R$ 200 milhões para aplicação em micro e pequenas empresas e também fará renegociações de empresas que comprovarem impactos da tarifa. Além dessas medidas de crédito, que podem atingir R$ 400 milhões, o governo do Paraná também anunciou outras medidas aos setores impactados pelo tarifaço. Elas envolvem utilização de créditos de ICMS homologados no Siscred para fluxo de caixa e postergação de compromissos de investimentos.
Impacto do tarifaço no Paraná
A taxação norte-americana afeta os setores de madeira reflorestada, café, chá, carnes, couro, mel, móveis, peixes, cerâmica e erva-mate, que não entraram no rol das exceções. Embora a ordem executiva da Casa Branca preveja alívio para "madeira tropical", a isenção não beneficia a maior parte da produção madeireira paranaense, que se concentra em reflorestamento. De acordo com um levantamento do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), considerando que os itens exportados pelo Paraná aos Estados Unidos em 2024, apenas 2,7% estão lista de exceções (US$ 42,4 milhões de um total US$ 1,5 bilhão). No Brasil, segundo cálculos realizados pela Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham), a lista de exceções abrange 43,4% das exportações nacionais (US$ 18,4 bilhões de um total de US$ 42,3 bilhões). Nenhum dos principais produtos do Paraná foi contemplado nas exceções. Essa distinção ocorre porque mercadorias muito representativas nas exportações brasileiras para o mercado norte-americano – como o petróleo bruto, os semimanufaturados de ferro ou aço, o ferro fundido bruto e os aviões (que respondem por quase um terço das vendas nacionais aos Estados Unidos) – não estão na pauta das vendas do Paraná.
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