Brasil bate recorde de exportação no ano

No acumulado até outubro, as exportações totalizaram US$ 289,7 bilhões
Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a corrente de comércio cresceu 4,5%

A diversificação das exportações para a Ásia e a Europa compensou os efeitos do tarifaço dos Estados Unidos, três meses após a retaliação comercial do governo de Donald Trump. As vendas do Brasil para o exterior cresceram 9,1% em outubro na comparação com o mesmo mês do ano passado, batendo recorde para o mês desde o início da série histórica, em 1989. O crescimento ocorreu mesmo com a forte queda de 37,9% nas vendas para os Estados Unidos. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (6) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

Segundo o levantamento, as exportações somaram US$ 31,9 bilhões no mês passado, enquanto as importações atingiram US$ 25 bilhões, resultando em superávit comercial de US$ 6,9 bilhões. A retração nas exportações para os Estados Unidos, impactadas pelo tarifaço implementado pelo governo norte-americano, levou a uma queda de 24,1% nas vendas para a América do Norte. Essa foi a única região com redução nas exportações em outubro. O principal fator do encolhimento das vendas para a América do Norte foi a queda de 82,6% nos embarques de petróleo, equivalente a perda de US$ 500 milhões. Também recuaram as vendas de celulose (43,9%), óleos combustíveis (37,7%) e aeronaves e partes (19,8%). "Mesmo produtos que não foram tarifados, como óleo combustível e celulose, sofreram queda", informou o diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do Mdic, Herlon Brandão.

O recuo nas exportações para os Estados Unidos foi compensado pelo aumento das vendas para outras regiões, especialmente a Ásia, que teve alta de 21,2%, impulsionada pela China (33,4%), Índia (55,5%), Cingapura (29,2%) e Filipinas (22,4%). Entre os produtos, destacaram-se os aumentos nas exportações de soja (64,5%), óleos brutos de petróleo (43%), minério de ferro (31,7%) e carne bovina (44,7%). Na Europa, as vendas cresceram 7,6%, com forte avanço de minérios de cobre (823,6%), carne bovina (73,4%) e celulose (46,8%). Já a América do Sul apresentou alta de 12,6%, puxada pelos embarques de óleos brutos de petróleo (141,1%).

Segundo Brandão, as exportações brasileiras para os Estados Unidos têm registrado redução constante nos últimos 3 meses. A queda foi de 16,5% em agosto, 20,3% em setembro e 37,9% em outubro. "Temos observado taxas de variação negativa cada vez maiores, na comparação com o mesmo mês do ano anterior", explicou Brandão. O diretor do Mdic destacou ainda que o movimento reflete não apenas os efeitos diretos das tarifas, mas também uma possível redução da demanda norte-americana. "A principal queda em termos absolutos foi no petróleo bruto, que não foi tarifado. Isso indica que há efeitos diversos influenciando a retração das exportações aos EUA", completou.

Balança comercial até outubro
No mês de outubro as exportações somaram US$ 31,9 bilhões e as importações, US$ 25 bilhões, com saldo positivo de US$ 6,9 bilhões e corrente de comércio de US$ 56,9 bilhões. No acumulado do ano, as exportações totalizaram US$ 289,7 bilhões e as importações somaram US$ 237,3 bilhões, resultando em saldo positivo de US$ 52,4 bilhões e corrente de comércio de US$ 527 bilhões. Esses resultados foram apresentados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC). Os dados mostram que o Brasil bateu recorde de exportação, importação e corrente de comércio no acumulado de 2025.

Nas exportações, houve um crescimento de 9,1% no mês de outubro de 2025 (US$ 31,9 bi) na comparação com o mesmo mês do ano passado (US$ 29,3 bi). Em relação às importações, houve queda de 0,8% na comparação entre outubro de 2025 (US$ 25 bi) com o mês de outubro de 2024 (US$ 25,2 bi). Assim, a corrente de comércio do mês de outubro de 2025 foi de US$ 56,9 bi e o saldo somou US$ 6,9 bi. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a corrente de comércio cresceu 4,5%. O mês de outubro registrou elevação no desempenho dos três setores exportadores, comparado com o mesmo mês do ano passado: a indústria extrativa aumentou 22%, a agropecuária cresceu 21% e a indústria de transformação teve alta de 0,7%.

Com ABR 

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Sexta, 07 Novembro 2025

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