Santa Catarina pode entrar em colapso em razão do coronavírus
Neste início do mês de maio, Santa Catarina passou do 11º lugar (27 de abril) para o 9º lugar (3 de maio) no número de casos registrados entre os 27 estados brasileiros, sendo também o estado com o maior número de acometimento do novo coronavírus no Sul do Brasil. O estado está em 16º lugar (52) no país em número de óbitos e sua taxa de acometimento está em 2,06%. No período de um mês, as análises comparativas apontam um incremento de 737% de casos de Covid-19 e de 940% de óbitos de pessoas acometidas pela doença.
O levantamento, realizado pelo Laboratório de Conservação e Gestão Costeira da Escola do Mar, Ciência e Tecnologia da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), com base nos dados no Ministério da Saúde, Secretaria de Estado de Santa Catarina e Defesa Civil de Santa Catarina, acende o alerta. Técnicos do Ministério da Saúde afirmaram que Santa Catarina pode ser o próximo estado a ter um colapso no sistema de saúde, assim como tem acontecido com o Amazonas e Ceará, por exemplo.
Em uma semana, o número de casos confirmados quase dobrou, passando de 1.200 pessoas para mais de 2.519. De acordo com o governo estadual, Santa Catarina está com 20,2% de ocupação nos 421 leitos de UTI reservados para pessoas com Covid-19 pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Um total de 207 pacientes já teve alta da UTI para leitos de enfermaria desde o início da pandemia. O afrouxamento do isolamento social em algumas regiões também pode ser um fator que aumente rapidamente a lotação de leitos.
Atualmente, 135 municípios já possuem casos da doença, o que significa que a cada 2,1 cidades, uma já possui pelo menos um acometimento do vírus (45,7% dos municípios catarinenses). A faixa de idade com maior acometimento da Covid-19 é entre 30 e 39 anos com 25% dos casos (632 casos). Os dados analisados sinalizam que todas as regiões de Santa Catarina já possuem casos do novo coronavírus. No entanto, a região de Florianópolis, a qual tinha maior acometimento do vírus, foi ultrapassada pela Macrorregião Sul com 523 casos ou seja 20,76% dos pacientes positivos.
Sobre a evolução da doença nas duas últimas semanas, o grupo da Univali alerta que, na região do Grande Oeste houve um incremento de 1.047% dos casos, com destaque para Chapecó que teve um aumento de 2.450% de casos e, em uma semana, o número de casos aumentou em 595,4%. Hoje são 19 municípios no Grande Oeste tem a presença do vírus, sendo que há duas semanas eram apenas sete.Já no Meio Oeste e Serra Catarinense, o incremento foi de 631,7% de casos (o município de Concórdia teve um incremento de 4.300% de casos em duas semanas); o Alto Vale do Itajaí teve aumento de 197,5% (Blumenau com incremento de 198% de casos em duas semanas e 122,7% em uma semana); e a Macroregião Sul teve um incremento de 158,9% de casos.
Na noite desta segunda-feira (4) o governador Carlos Moisés afirmou que, devido ao aumento de casos em cidades do Oeste, muito provavelmente serão necessárias ações específicas na região. Moisés deu a entender que será preciso fazer com que os municípios voltem a adotar o isolamento social de forma bem mais firme. "Os prefeitos podem adotar medidas mais restritivas, conforme está descrito no último decreto. O Ministério da Saúde divulgou esse aumento de um dia para outro, mas foram coletados em mais dias, não apenas em um único. Temos de esclarecer isso ainda diretamente com o Ministério da Saúde", declarou.
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Comentários: 2
Tristeza uma mídia que busca números em porcentagem para obter mais dígitos. Falam em porcentagem, mas não divulgam os números reais.
O município de Concórdia teve um incremento de 4.300% de casos em duas semanas. Qual foi o cálculo para esse percentual?