Dal Pizzol resgata hábito familiar ao enterrar 85 garrafas
Há 13 gerações, ainda na Itália, a família Dal Pizzol já elaborava e mantinha um verdadeiro patrimônio em vinho e cultura. Um dos hábitos, ritualizado pelo avô Giovani Batista, primogênito do imigrante Martino, era o de guardar sob a terra algumas garrafas de vinho em safras excepcionais. Remontando a tradição, a sexta geração no Brasil enterrou 85 garrafas de vinhos que permanecerão intocáveis até 2022. O ritual “Vino sotto terra” foi realizado no início de fevereiro. O local onde os rótulos descansarão está ocalizado entre a réplica do primeiro vinhedo do imigrante e a Enoteca.
A mais nova atração do Ecomuseu da Cultura do Vinho, na Rota Cantinas Históricas, em Faria Lemos, interior de Bento Gonçalves (RS), está guardada a uma profundidade de 1 metro, dentro de um barril de carvalho. A seleção está composta por 25 garrafas do VINUMMUNDI (assim mesmo, em letras garrafais) de cinco colheitas (2012, 2013, 2014, 2015 e 2016) e mais 60 garrafas, entre elas 20 de Cabernet Franc, 20 de Merlot e 20 de Enoteca Dal Pizzol.
Em 2022, serão retiradas cinco garrafas do VINUMMUNDI da Colheita 2012, que serão entregues ao atual governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, e também ao hoje prefeito de Bento Gonçalves, Guilherme Pasin. Também será sorteada entre os participantes do almoço da Colheita Simbólica do Vinhedo do Mundo daquele ano. A partir de então, a cada três anos serão retiradas algumas garrafas, a critério dos gestores, cuja destinação será feita também por eles. “Preservamos histórias, guardamos relíquias. E todo nosso acervo está intimamente ligado à cultura do vinho, respeitando a nossa origem”, destaca Rinaldo Dal Pizzol (na foto, enterrando uma das garrafas).
O hábito familiar, trazido da Pátria de origem – o Triveneto –, foi seguido sendo praticado pelas primeiras gerações de imigrantes. Já no Brasil, era comum guardar garrafas de vinho branco Peverela, variedade de colheita tardia. Elas ficavam guardadas na casa paterna, na Linha Paulina, em Faria Lemos, uma prática que acontecia sempre entre os meses de maio e junho, no final do outono. A descoberta das garrafas de vinho era efetuada poucos dias antes do Natal, depois de terem repousado todo o inverno sob a terra. Este vinho era objeto de desejo e destaque nas festas de final de ano, que se estendiam até 6 de janeiro nas comemorações da Epifania, da Befana e do Panevin, de origem veneta.
Serviço
Durante o ano, o Ecomuseu da Cultura do Vinho, com o seu diversificado acervo, pode ser visitado por turistas, apreciadores, estudiosos e interessados pelo mundo do vinho, de segunda-feira à sexta-feira, das 9h às 17h. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 16h30min. Para grupos é preciso agendar reserva pelo telefone (54) 3449.2255.
Veja mais notícias sobre Memória.
Comentários: