Se beber, não publique

Celebridades são seus próprios paparazzi
Nada superou em repercussão o caso da influencer que reuniu um grupo de amigos para uma festinha em seu apartamento

Com as redes sociais, as celebridades ganharam um privilégio inédito: o de controlar a própria imagem sem depender dos aparatos midiáticos caros de outros tempos, como televisão, rádio ou mídia impressa. Basta um celular e uma conexão com a internet que qualquer versão sobre a própria vida pode ser oferecida ao grande público, devidamente editada, para gerar as tão pretendidas "inspiração" e "identificação" com os seguidores.

Os temores também mudaram. Se, antes, fugir de fotógrafos enxeridos era a norma, para evitar flagrantes desagradáveis, hoje essas figuras quase não existem; para que paparazzi se qualquer um pode registrar qualquer pessoa a qualquer tempo, com um smartphone? Mais controle e facilidade em construir uma imagem, sim, mas também mais vulnerabilidade.

Por isso, é curioso que a imagem de certos famosos seja tisnada justamente por aquilo que eles levam ao ar, e não pelo que outros porventura venham a eternizar em momentos comprometedores. O esnobismo dos que vivem em redomas, em meio uma crise sanitária mundial, é um dos exemplos dessa linhagem de erros (para assinantes aqui e também aqui), que incluiu também algumas tentativas infelizes de celebs brasileiras se mostrarem "gente como a gente", em improváveis trabalhos domésticos durante o confinamento (também para assinantes).

Porém, nada superou em repercussão o caso da influencer que reuniu um grupo de amigos para uma festinha em seu apartamento, semana passada. Que alguém queira furar a quarentena, não admira. O coronavírus, afinal, é imprevisível: varia do assintomático ao fatal, incentivando comportamentos de risco. Com alguma sorte, não se pega e, pegando, talvez nem se fique sabendo. Tanto que os índices de isolamento social no Brasil não são tão altos assim - volta e meia se vê calçadões, praças e parques lotados em dias de sol.

O que chama a atenção no episódio em questão é que o deslize só se tornou público não porque houvesse celulares ligados no petit comité, pois ali ninguém estaria disposto a confessar o próprio crime, mas porque, como em qualquer reuniãozinha que se preze, estava presente uma invenção muitíssimo mais antiga e perigosa que todos os apetrechos tecnológicos modernos somados: a bebida. E sob efeito do álcool, parceiro, todo mundo faz besteira, poderia dizer o Capitão Nascimento.

O resultado, todo mundo sabe. Do sonoro "f***-se a vida" para contratos publicitários cancelados, passaram-se 24 horas, se tanto. E daí para uma crise de imagem típica de grandes companhias, a exigir um demorado processo de reconstrução da credibilidade, outro tanto de tempo.

Na era das redes sociais, os maiores inimigos das celebridades podem ser elas mesmas, especialmente quando sob efeito do álcool. Para elas, vale um conselho que daria título de filme: se beber, não dirija, não case e não publique.

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Sexta, 29 Março 2024

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