Fiergs aponta crescimento da atividade industrial no Rio Grande do Sul em 2022
O Índice de Desempenho Industrial gaúcho (IDI-RS), que mede o nível de atividade do setor no Estado, caiu 0,5% em dezembro na comparação com novembro, feito o ajuste sazonal, segundo pesquisa divulgada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). A terceira queda em quatro meses devolveu parte da alta de novembro (1,4%), mas deixa o índice ainda 12,5% acima do nível anterior à pandemia, em fevereiro de 2020. Na comparação anual o IDI-RS segue positivo, mas em desaceleração. Em relação a dezembro de 2021, a alta foi de 2,8%. Com isso, a atividade encerrou o ano passado com um avanço acumulado de 4,7% em relação ao anterior.
"Foi o segundo crescimento seguido, depois de 12,9% em 2021, e após a queda de 4,7% em 2020 provocada pela pandemia. Os resultados positivos em 2022 repercutiram a consolidação do processo de reabertura econômica no pós-pandemia, o alívio dos problemas na cadeia de suprimentos e as contribuições do setor externo e do agronegócio", ressalta o presidente da Fiergs, Gilberto Petry. Além disso, reforça o presidente da federação, também ajudaram os estímulos governamentais, como as desonerações dos combustíveis e da energia, e as recuperações da economia brasileira e do emprego. Pesaram, por outro lado, os gargalos remanescentes nas cadeias produtivas, agravados pelo conflito na Ucrânia, que aumentaram os custos de produção e a inflação, além da alta de juros e a estiagem no RS.
A atividade industrial gaúcha cresceu em 2022 relativamente a 2021 puxada pelas horas trabalhadas na produção (8,4%) e pelo faturamento real (6%), além das compras industriais (2,8%). A UCI foi o único componente que caiu: -0,8 ponto percentual, com grau médio de 81,9% em 2022, ante 82,7% de 2021. A expansão da atividade repercutiu positivamente no mercado de trabalho: o emprego subiu 5,9% e a massa salarial real aumentou 10,8%.
No ano passado, o desempenho setorial mostrou elevada dispersão: nove setores cresceram e sete caíram na comparação com 2021. Veículos automotores, 19,3%, Couros e calçados, 12,8%, e Máquinas e equipamentos, 9,2%, deram as maiores contribuições, enquanto os impactos negativos mais importantes vieram de Químicos, -4,2%, Produtos de metal, -3%, e Móveis, -5%. Ainda em dezembro, na comparação com novembro de 2022, entre os componentes, recuaram as compras industriais (-5,2%), a utilização da capacidade instalada-UCI (-0,7 ponto percentual), o emprego (-0,4%) e as horas trabalhadas na produção (-0,3%). Por outro lado, aumentaram o faturamento real, 3,3%, e a massa salarial real, 0,4%.
Para 2023, a atividade industrial gaúcha pode ter um ano de crescimento baixo, de 2%, pois a economia brasileira e a mundial devem desacelerar. Além disso, a confiança entre os industriais do Rio Grande do Sul está abalada, a incerteza aumentou e a política monetária segue restritiva. O agronegócio e as exportações industriais devem contribuir pouco para a indústria do Rio Grande do Sul este ano, que terá como ponto positivo a normalização da cadeia de suprimentos.
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