Fusões e Aquisições: em 53% dos casos, acionistas não se beneficiam

A consultoria PwC realizou uma pesquisa com mais de 600 executivos seniores do mundo todo para avaliar o retorno de valor para suas empresas após uma transação de fusão ou aquisição. A pesquisa revelou uma divergência entre a expectativa dos acionist...
Fusões e Aquisições: em 53% dos casos, acionistas não se beneficiam

A consultoria PwC realizou uma pesquisa com mais de 600 executivos seniores do mundo todo para avaliar o retorno de valor para suas empresas após uma transação de fusão ou aquisição. A pesquisa revelou uma divergência entre a expectativa dos acionistas e os resultados em si.

 Segundo o estudo, 61% dos compradores de ativos afirmaram acreditar que a sua última aquisição gerou valor para o negócio. Porém, a pesquisa mostrou que em 53% dos casos o desempenho ficou abaixo da concorrência, nos 24 meses seguintes à transação, com base no indicador de retorno total aos acionistas (TSR). Na ponta da venda, em 57% dos casos o resultado da empresa ficou abaixo do mercado concorrente, também durante o mesmo período.   

 “Vemos que a falta de planejamento e de apoio profissional são as principais causas das situações em que os resultados ficam aquém da expectativa inicial”, destaca Mikail Ojevan, diretor da PwC Brasil e especialista em Fusões e Aquisições. Ele explica que as empresas que priorizam a geração de valor logo no início da movimentação – ao invés de encará-la como uma consequência natural das ações – têm um histórico melhor de maximização de ganhos.  Entre os compradores que participaram do estudo, 86% afirmaram que as aquisições que geraram um ganho de valor significativo estavam baseadas em uma estratégia clara, mais do que as aquisições por oportunidade.

“Muitas operações acontecem simplesmente porque surgiu uma oportunidade, mas não houve um planejamento prévio. Por isso, nos casos em que há uma estratégia definida e preparação, a tendência é mais positiva”, detalha Ojevan. O estudo mostra, porém, que o planejamento tradicional não é suficiente para garantir o sucesso. Enquanto 92% dos compradores disseram ter um plano de geração de valor para seu último acordo, apenas 61% dos entrevistados afirmaram que a aquisição criou valor, e para 21% houve geração de valor significativa.

 O diretor da PwC Brasil, que atua há mais de 9 anos na região Sul, sugere caminhos para compradores e vendedores que pretendem realizar um planejamento eficaz nas transações de fusões e aquisições. “Priorize a geração de valor em todas as etapas do negócio, desde a identificação do alvo até o processo de integração, e em todos os aspectos da empresa, identificando de forma clara e objetiva os key drivers logo no início; comunique constantemente todos os elementos do plano de geração de valor, inclusive em questões mais específicas como a estrutura operacional, financeira, tributária, tecnológica e de inovação; cuide de forma criteriosa do capital humano e da cultura das organizações; e envolva pessoas experientes, de dentro ou de fora de casa, do início ao fim do processo para garantir que a estratégia principal da empresa não saia do foco”, lista Ojevan. 

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Sábado, 14 Dezembro 2024

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