Da sala de aula à sociedade
Embora seus mais de 70 anos de existência possam sugerir um perfil tradicional, a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul exibe um histórico de quase duas décadas de aliança com empresas em prol da inovação. O Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), responsável por essa ponte, completa, em 2022, 19 anos. "Quando falamos na interação de empresas com universidade, estamos falando de um papel social, porque essa relação é em prol do desenvolvimento da sociedade", explica a gestora de operações e empreendedorismo do Tecnopuc, Flávia Fiorin. A atenção da universidade para a inovação surge na própria base curricular, com disciplinas dedicadas a incentivar atitudes empreendedoras nos alunos e gerar um impacto que vai muito além da sala de aula. O parque oferece experiências que tiram os alunos teoria e mostram realidades práticas de atuação. "O objetivo é despertar a veia empreendedora nesses nossos talentos, que são possíveis futuros empreendedores. Depois, para aqueles que se identificam, acolhemos e ajudamos a alcançar soluções para as iniciativas que querem desenvolver", ressalta Flávia.
Assim, a universidade se faz presente desde o fomento e apoio ao desenvolvimento da veia de inovação nos alunos até sua inserção no mercado. Nesta perspectiva, a PUCRS busca as principais referências internacionais e nacionais para se manter conectada às melhores práticas, seguindo a estratégia do que Flávio define como modelo de atuação em rede. Toda vez que a universidade planeja empreender, seja na formação de alunos ou no desenvolvimento de tecnologias, um dos primeiros passos é identificar quem faz parte de sua rede – e aí se incluem instituições de ensino e players – ou usuários – de tecnologias aplicáveis. "Quando falamos de pesquisa, temos uma rede internacional de pesquisadores, ecossistemas e empreendedores conectados com os principais parques tecnológicos do mundo que nos geram ideias. Temos uma boa base, mas não somos completos – a complementação nos faz ter um alcance maior", defende a gestora de operações e empreendedorismo do Tecnopuc.
A inovação é o principal braço de alcance do conhecimento e geração de valor que a universidade produz. Prova disso foi a atuação da PUCRS durante a pandemia. A universidade integrou o Comitê Científico de Apoio ao Enfrentamento da Pandemia Covid-19, formado pelo governo gaúcho. A inovação é o principal braço de alcance do conhecimento e geração de valor que a universidade produz. Prova disso foi a atuação da PUCRS durante a pandemia do novo coronavírus. A universidade integrou o Comitê Científico de Apoio ao Enfrentamento da Pandemia Covid-19, formado pelo governo gaúcho. Através do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer), reuniu profissionais, professores e pesquisadores da universidade e do Hospital São Lucas na criação de grupos para combater, prevenir e contingenciar a pandemia.
O objetivo foi promover um apurado posicionamento técnico-científico para o Rio Grande do Sul, frente a todas as incertezas relacionadas ao comportamento da doença, da imunização ao tratamento. Já o Tecnopuc e o Centro de Apoio do Desenvolvimento Científico e Tecnológico da PUCRS (Ideia) abriram as portas do Tecnopuc Crialab, Tecnopuc FabLab e Tecnopuc Usalab para apoiar soluções relacionadas ao vírus. O alvo era testar e desenvolver iniciativas da comunidade nesses ambientes, como máscaras de proteção para os profissionais da saúde. Na época, o Tecnopuc Fablab doou máscaras e componentes de respiradores para diversas instituições de saúde.
Com o objetivo de auxiliar os profissionais que atuaram na área da saúde e que foram diretamente impactados pela pandemia, o Hospital São Lucas, da PUCRS, lançou o projeto "Conta comigo, estamos juntos" , desenvolvido pelo serviço de psiquiatria para proporcionar acolhida e suporte psicoemocional gratuito a profissionais de todas as áreas do hospital. Para quem buscava manter exercícios físicos mesmo estando em casa, os professores do Parque Esportivo da PUCRS deram dicas de exercícios e sugestões de treinos para serem feitos em casa através do aplicativo gratuito mywellness.
"Por isso, entendemos a inovação como uma maneira de efetivamente alcançar em todas as pontas a riqueza do conhecimento e do desenvolvimento acadêmico", diz Flávia. "E por que não influenciar entornos ainda mais ampliados, como o ecossistema nacional de inovação e empreendedorismo?", sugere ela. "Afinal, é por meio da inovação que a produção acadêmica chega às pessoas."
Esse conteúdo integra a edição 340 da revista AMANHÃ, publicação do Grupo AMANHÃ, que trouxe os resultados da 18ª edição do ranking Campeãs da Inovação. Clique aqui para acessar a publicação on-line, mediante pequeno cadastro.
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