Grendene mantém forte ritmo de recuperação no quarto trimestre

O lucro líquido da Grendene alcançou R$ 309 milhões no quarto trimestre, crescimento de 47,7% quando comparado ao mesmo período de 2019. De acordo com a companhia, o elevado volume de pares embarcados, o reajuste de preços concedidos a partir de outubro, o controle das despesas operacionais e o ganho financeiro oriundo das aplicações em renda variável foram as principais razões para o incremento do lucro líquido. Nos últimos 12 meses, no entanto, o lucro líquido contábil recuou 50,5%, para R$ 405,2 milhões, representando uma margem liquida de 21,4% (veja os principais resultados na tabela ao final desta reportagem).

O setor de calçados manteve a recuperação gradual iniciada em julho de 2020, impulsionada pela reabertura do varejo, que absorve mais de 85% das vendas. No entanto, a retomada não foi suficiente para reverter o desempenho negativo observado no primeiro semestre. Segundo dados divulgados pela Abicalçados, o setor perdeu 21,8% da sua produção (para 710 milhões de pares fabricados) em 2020, retornando a patamares de 16 anos atrás, enquanto as exportações recuaram 18,6% no período. A recuperação da economia observada no terceiro trimestre manteve-se ao longo de outubro, porém com desaceleração do ritmo de crescimento ao longo dos meses, em função da redução do valor do auxilio emergencial, da antecipação, para o segundo trimestre de 2020, do pagamento do 13º salário de aposentados e pensionistas do INSS, do elevado nível de desemprego e do retorno parcial, ao fim do trimestre, das medidas de restrição à mobilidade como forma de combate à ressurgência da Covid-19, entre outros.

A Grendene manteve o forte ritmo de recuperação apresentado no terceiro trimestre nos últimos três meses do ano, apesar da desaceleração do vigor de crescimento da economia doméstica e internacional. Foi o melhor trimestre da história da companhia em termos de receita bruta (R$ 1 bilhão) e um dos melhores em volume de pares (62,1 milhões), com sólido desempenho das marcas nos diversos canais de vendas. O excelente resultado do segundo semestre amenizou a performance negativa do segundo trimestre, quando a Grendene praticamente não faturou, em consequência dos decretos que proibiram a retomada das atividades não essenciais para combater a disseminação da Covid-19.

A escassez de matérias-primas no mercado continuou a ser um fator de preocupação durante o quarto trimestre, seja por conta da dificuldade de abastecimento de insumos e componentes para a produção ou por conta dos sucessivos reajustes de preços das resinas, do papelão, das embalagens, das tintas, dos pigmentos entre outros. No entanto, já começamos a empresa já verificar os primeiros sinais de normalização da dinâmica da oferta e da demanda da resina (principal matéria-prima) no mercado internacional, com a retomada das atividades de diversos produtores no exterior. "Nossa expectativa é de que a oferta de matérias-primas normalize ao longo do primeiro semestre, quando as curvas de oferta e demanda devem voltar a convergir com a retomada da produção das indústrias, o restabelecimento do nível de estoques da indústria e do varejo e com a acomodação do consumo, em virtude término do auxilio emergencial e do elevado nível de desemprego no país", revela a empresa em seu demonstrativo financeiro.

A Grendene é a 33ª maior empresa da região e também a 12ª maior do Rio Grande do Sul, de acordo com o ranking 500 MAIORES DO SUL, publicado por AMANHÃ com o apoio técnico da PwC. Leia o anuário completo clicando aqui, mediante pequeno cadastro.