Copel poder ser beneficiada por mudanças na tarifa de transmissão

Geradoras do Norte e Nordeste terão de desembolsar um valor maior pela utilização do serviço
A regra da Aneel adiciona cerca de R$ 1,5 bilhão ao Valor Presente Líquido da Copel, prevê relatório do Bradesco BBI

A Copel poderá se beneficiar de novas regras da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). É o que revela um relatório recente emitido pelo Bradesco BBI. Uma das disposições do órgão regulador trata sobre o valor para tarifas de transmissão e distribuição dos geradores de energia, conhecida pela sigla TUST (Tarifa de Uso dos Sistemas Elétricos de Transmissão). A decisão quer corrigir uma distorção verificada a partir de 2021, após a entrada em operação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte e de outras geradoras do Norte e do Nordeste.

Essas regiões eram importadoras de energia elétrica há duas décadas, quando a Aneel definiu a metodologia anterior do TUST, mas se tornaram exportadoras de energia. Já os seus consumidores, anteriormente afastados dos centros de carga, hoje estão próximos e oneram menos o sistema do que era considerado no cálculo. Em resumo, quanto mais uma geradora usar a rede de transmissão, mais ela deverá pagar seu custo total. Desse modo, as companhias das regiões Nordeste e Norte, que estão distantes dos grandes centros de demanda do Sul e do Sudeste, terão de desembolsar um valor maior pela utilização do serviço. Isso já passa a valer a partir do terceiro trimestre deste ano de forma gradual e acabará de ser implementado em 2030.

Um relatório do Bradesco BBI alerta que nem mesmo um projeto de lei no Congresso para cancelar a regulamentação da TUST da Aneel – já aprovado pela Câmara e agora está no Senado – tem chances de prosperar. Na visão dos analistas, a posição seria negativa para a estabilidade regulatória, além de forçar a companhia paranaense a recalcular o título de concessão de R$ 3,7 bilhões a ser pago pela Copel ao governo federal em dezembro. Por isso, os analistas do banco apontam a Copel como a principal beneficiada, pois a regra da Aneel adiciona cerca de R$ 1,5 bilhão ao Valor Presente Líquido [ou VPL, como é conhecida a fórmula econômico-financeira capaz de determinar o valor presente de pagamentos futuros descontados a uma taxa de juros apropriada, menos o custo do investimento inicial] a partir da queda da TUST de cerca de 35% até 2030. Em contrapartida, a AES Brasil poderá ser impactada negativamente no VPL em 3,9% do valor de mercado.

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Sexta, 03 Mai 2024

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