As três capitais do Sul estão entre as seis melhores para empreender no Brasil
As três capitais da região Sul estão entre as seis melhores cidades para empreender no Brasil,, de acordo com o Índice de Cidades Empreendedoras (ICE) 2022, estudo criado pela Endeavor e nesta edição produzido pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap). Ele serve como norteador para o avanço do setor, revelando para gestores públicos quais aspectos precisam ser valorizados ou melhorados nas cidades. Os dados apresentados se baseiam em sete fatores que são determinantes para o sucesso do empreendedorismo: ambiente regulatório; infraestrutura; mercado; capital financeiro; inovação; capital humano; e cultura empreendedora. A publicação está na sexta edição. Desta vez foi possível fazer uma comparação mais ampla com o estudo anterior, porque nesses dois relatórios os indicadores de empreendedorismo e os municípios analisados foram expandidos e padronizados.
A capital catarinense é a vice-líder do país, perdendo apenas para São Paulo. Curitiba é a terceira e Porto Alegre conquistou o sexto lugar, enquanto Joinville ganhou a nona posição (veja o ranking das dez primeiras colocadas a seguir). Completam a lista dos municípios paranaenses Cascavel (13ª posição), Londrina (17ª), Maringá (30ª) e São José dos Pinhais (38ª). Blumenau, na 20ª colocação é a outra representante de Santa Catarina no ranking. A lista ainda conta com as gaúchas Santa Maria (19ª), Caxias do Sul (36ª), Canoas (45ª) e Pelotas (64ª).
"No ranking geral o empreendedorismo continua concentrado em cidades do Sul, Sudeste e Centro-Oeste", destaca Diogo Costa, presidente da Enap. Segundo ele, o empreendedorismo é o motor da produtividade e do crescimento econômico. "Toda a transformação digital, ambiental e social que precisamos enfrentar começa com uma transformação empreendedora", acrescenta o presidente.
Ranking por área
No quesito ambiente regulatório, Rio de Janeiro, Macapá, São Gonçalo e São Paulo permanecem na lista dos 10 municípios mais favoráveis ao empreendedorismo. Várzea Grande, Cuiabá, Joinville, Florianópolis, Blumenau e Porto Velho melhoraram nesse aspecto em relação ao levantamento anterior e agora estão no top 10. Essas são cidades com pouca burocracia e que têm valores de taxas e tributos locais bem atrativos para o empresariado.
Em relação à infraestrutura de transporte e condições urbanas, municípios de São Paulo são os mais bem posicionados e praticamente dominam o ranking dos dez melhores colocados. Isso foi observado no relatório anterior e também na edição atual. Aqui vale um destaque para cidades de outras partes do Brasil que se aprimoraram e subiram de posição: Brasília, Porto Alegre, Rio Branco e Florianópolis. O bom desempenho nesse item está relacionado à boa conectividade por rodovias, menores distâncias de portos e maior número de decolagens de avião por ano. É o caso também de amplo acesso à internet rápida, bom preço médio de imóveis por metro quadrado, custo de energia elétrica satisfatório e baixa taxa de homicídios (já que estudos mostram que o comércio é o principal grupo afetado pela violência e criminalidade).
No item mercado aparecem representantes de todas as regiões do País em posição de destaque – em 2020 nenhum município do Norte aparecia entre os 10 primeiros, mas no novo estudo Boa Vista integra a lista, em 8º lugar. Canoas (RS) e Florianópolis aparecem nessa categoria.
O capital para empreender no Brasil está disponível principalmente em grandes centros urbanos. Essa é uma realidade que aparece no ICE de 2020 e se mantém em 2021. Das 10 cidades mais bem colocadas nas duas edições recentes do índice, oito são capitais e duas fazem parte de regiões metropolitanas. As principais formas para empresários captarem recursos financeiros no País são: crédito bancário com juros (capital disponível via dívida); venda de uma parte do empreendimento para fundos de investimento (capital de risco); e poupança (capital poupado per capita). Estudos empíricos indicam que o "custo" de acessar esses recursos é o principal impedimento a ser superado na abertura de um novo negócio. As três capitais da região constam na lista.
A inovação no Brasil não ocorre de forma homogênea em todas as cidades - ao contrário, é concentrada no Sudeste e no Sul. Na edição de 2020 do relatório apenas municípios dessas regiões apareceram no topo da lista, mas em 2021 há novidades: Campina Grande (6º) e Vitória (8º) passam a integrar o rol das cidades que se destacam nessa temática em relação ao ambiente de negócios local. As três capitais da região, além de Caxias do Sul, estão nesse ranking. As cidades que se sobressaem nesse quesito são as que têm um bom percentual de profissionais mestres e doutores em ciência e tecnologia (C&T), investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D), infraestrutura tecnológica local e grande número de contratos de propriedade intelectual. Também significa que são os municípios com maior quantidade de empresas com patentes e softwares próprios, de economia criativa, indústrias inovadoras ou ligadas à tecnologia.
Em relação ao capital humano, os locais mais bem posicionados no ranking são os que dispõem de profissionais qualificados tanto em mão de obra básica quanto especializada. Nesse quesito, as seis primeiras colocadas em 2021 já tinham se sobressaído em 2020. Entram na lista deste ano um município da região Nordeste (Recife), dois do Sul (Maringá e Porto Alegre) e um do Sudeste (Santos).
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