Vendas do comércio apresentam leve queda em fevereiro
O volume de vendas do comércio recuou 0,1% em fevereiro. Na comparação com fevereiro de 2022, houve alta de 1%, sétimo resultado positivo consecutivo no índice, enquanto no indicador dos últimos 12 meses a alta foi de 1,3%. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE. Com a variação negativa observada em fevereiro há sustentação do patamar alcançado em janeiro de 2023, quando o índice demonstrou crescimento de 3,8%. Por sua vez, a taxa de janeiro representou uma recuperação da base baixa dos dois últimos meses de 2022, quando houve retração nas vendas.
"Podemos fazer uma leitura dos resultados por consequência de um período de Black Friday e Natal ruins, que resultaram em uma recuperação em janeiro e uma sustentação desse patamar em fevereiro. Além disso, um cenário de inflação estável em alguns setores importantes para a nossa pesquisa, como a alimentação em domicílio, que impacta a atividade de hiper e supermercados, também ajuda a entender os resultados observados em fevereiro", analisa Cristiano Santos, gerente da pesquisa. A variação negativa no mês foi acompanhada por seis das oito atividades que fazem parte do comércio varejista. Destaque para o grupo de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,7%), que representa mais de 40% do peso mensal da pesquisa. Além disso, tecidos, vestuários e calçados (-6,3%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-10,4%), se destacaram negativamente em fevereiro.
"Tecidos, vestuário e calçados e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação são duas atividades de alta volatilidade, que estão variando muito nos últimos meses. Um fator que ajuda a explicar esse cenário é que janeiro foi um mês de muitas promoções, como estratégia de grandes empresas desses setores após novembro, com a Black Friday, e dezembro, com o Natal, terem sido meses de baixa. Promoções que não seguiram em fevereiro", esclarece o gerente. Os grupos de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (1,4%) e livros, jornais, revistas e papelaria (4,7%) apresentaram os únicos resultados positivos em fevereiro.
"A alta observada no grupo de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria se deve, principalmente, pela parte de artigos farmacêuticos, pois fevereiro é um mês que parte dos medicamentos são liberados para um aumento regular e isso refletiu no volume desse mês. Já a alta em livros, jornais, revistas e papelaria pode ser explicada principalmente pelos artigos relacionados ao material pedagógico. Vale ressaltar que, em uma perspectiva mais a longo prazo, essa atividade vem perdendo força por estar muito ligada ao livro físico, ao jornal físico, à parte física de papelaria", ressalta Santos. Adicionalmente, após 36 meses de trajetória influenciada pela pandemia de Covid-19, o patamar de fevereiro de 2023 se encontra 3% acima do nível de fevereiro de 2020.
Comentários: