PIB avança 1,4% no segundo trimestre
No segundo trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 1,4% frente ao trimestre anterior, na série com ajuste sazonal. As altas nos Serviços (1%) e na Indústria (1,8%) contribuíram para essa taxa positiva, ainda que a agropecuária tenha recuado 2,3% no período. Pela ótica da demanda, na mesma comparação, houve altas nos três componentes: o consumo das famílias e o consumo do governo cresceram à mesma taxa (1,3%, ambos) e a Formação Bruta de Capital Fixo subiu 2,1%. Em valores correntes, o PIB totalizou R$ 2,9 trilhões no trimestre.
"Com o fim do protagonismo da agropecuária, a indústria se destacou nesse trimestre, em especial na eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e na construção", avalia Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE. Na análise do PIB pela ótica da demanda interna, os três componentes (Consumo das Famílias e do Governo e a Formação Bruta de Capital Fixo) cresceram nas três comparações, incentivados pelas condições do mercado de trabalho, pelos juros mais baixos e pelo crédito disponível, entre outros fatores. Segundo Rebeca, contribuíram, ainda, para a performance dos componentes da demanda, "a alta dos investimentos, beneficiados pelo crescimento da importação e a produção nacional de bens de capital, o desempenho da construção e, também, o desenvolvimento de software. Além disso, ao contrário do ano passado, o setor externo tem contribuído negativamente para o crescimento da economia".
Em relação ao segundo trimestre do ano passado, o PIB cresceu 3,3% e foi acompanhado, mais uma vez, pelos serviços (3,5%) e pela indústria (3,9%), enquanto a agropecuária mostrou recuo de 2,9%. Todos os setores dos serviços tiveram taxas positivas nessa comparação, com destaque para informação e comunicação (6,1%), outras atividades de serviços (4,5%), atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (4,0%), comércio (4,0%) e atividades imobiliárias (3,7%). A alta de 3,9% na Indústria foi impulsionada pelo setor de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos, que subiu 8,5% ante o mesmo trimestre de 2023.
Para Rebeca, "o maior consumo de eletricidade, principalmente nas residências, e a manutenção da bandeira tarifária verde ajudaram o setor. Além disso, a construção cresceu 4,4%, as indústrias de transformação tiveram sua segunda alta consecutiva (3,6%) e as indústrias extrativas cresceram 1%". Segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), as condições climáticas adversas ocasionaram um recuo na produção esperada de soja e milho, apesar do bom desemprenho da pecuária e de outras culturas importantes, como o café e o algodão. Isso fez com que a agropecuária recuasse nas comparações com e sem ajuste sazonal, e acumulasse variação nula nos últimos 12 meses.
A taxa de investimento no segundo trimestre de 2024 foi de 16,8% do PIB, acima dos 16,4% registrados no segundo trimestre de 2023. Já a taxa de poupança recuou 16%, abaixo dos 16,8% do mesmo trimestre de 2023. Rebeca explica que a taxa de investimento foi beneficiada principalmente pelo crescimento superior, em volume, da Formação Bruta de Capital Fixo em relação ao PIB.
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