Inflação oficial fecha 2018 em 3,75%
A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fechou 2018 em 3,75%. Em 2017, ela havia ficado em 2,95%. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (11), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A inflação ficou dentro da meta estabelecida pelo Banco Central para 2018, que varia de 3% a 6%.
O principal responsável pela inflação de 3,75% em 2018 foi o aumento do custo com alimentos, que tiveram alta de preços de 4,04% no ano passado. Em 2017, o grupo alimentação e bebidas registrou queda de preços de 1,87%. O resultado foi impactado pela greve dos caminhoneiros em maio, o que provocou desabastecimento de itens alimentícios e aumento de preços desses produtos. “Essa paralisação [dos caminhoneiros] ocorreu no fim de maio, então ela teve um impacto pontual, em junho, nos combustíveis e também nos alimentos, por causa do desabastecimento. [Se não houvesse a greve], provavelmente isso acarretaria num nível menor da inflação no acumulado do ano”, analisa o pesquisador do IBGE Fernando Gonçalves.
Os alimentos consumidos em casa ficaram 4,53% mais caros no ano, enquanto os preços dos alimentos consumidos fora de casa (em bares e restaurantes, por exemplo) subiram 3,17%. Os produtos alimentícios que tiveram maior impacto na inflação de 2018 foram o tomate (+71,76%), frutas (+14,1%), refeição fora de casa (+2,38%), lanche fora (+4,35%), leite longa vida (+8,43%) e pão francês (+6,46%).
Outros grupos de despesas que tiveram impacto importante na inflação do ano passado foram habitação (+4,72%) e transportes (+4,19%). Entre os itens de transporte que ficaram mais caros estão passagem aérea (+16,92%), gasolina (+7,24%) e ônibus urbano (+6,32%). Já entre os gastos com habitação, o principal impacto no aumento do custo de vida veio da energia elétrica (+8,7%). Entre os nove grupos de despesa pesquisados, apenas comunicação teve deflação (-0,09%). Os demais grupos tiveram os seguintes índices de inflação: artigos de residência (+3,74%), saúde e cuidados pessoais (+3,95%), educação (+5,32%), despesas pessoais (+2,98%) e vestuário (+0,61%).
Em dezembro, o IPCA registrou taxa de inflação de 0,15%. No mês, os alimentos também foram os principais responsáveis pela alta de preços, com uma inflação de 0,44%. Os transportes e os gastos com habitação, por outro lado, evitaram uma alta maior do IPCA no mês, ao acusarem deflação de 0,54% e 0,15%, respectivamente. Entre as regiões metropolitanas e capitais pesquisadas pelo IBGE, Porto Alegre foi a que acumulou maior inflação em 2018 (4,62%), seguida por Rio de Janeiro (4,3%), Vitória (4,19%) Salvador (4,04%) e Belo Horizonte (4%), todas acima da média nacional. As menores taxas de inflação foram observadas em Aracaju (2,64%), São Luís (2,65%), Recife (2,84%), Fortaleza (2,9%) e Campo Grande (2,98%).
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