Inflação acelera para 1,31% em fevereiro

Índice foi pressionado por alta da energia
Com o fim da incorporação do Bônus de Itaipu, energia elétrica residencial tem alta de 16,8% em fevereiro

A inflação do país acelerou para 1,31% em fevereiro, após registrar 0,16% no mês anterior. Esta é a maior alta para um mês de fevereiro desde 2003 (1,57%) e a maior taxa desde março de 2022 (1,62%). A alta foi influenciada especialmente pelo aumento de 16,8% na energia elétrica residencial, que exerceu um impacto de 0,56 ponto percentual no índice. Nos últimos doze meses, a taxa ficou em 5,06%, acima dos 4,56% dos 12 meses imediatamente anteriores. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta quarta-feira (12) pelo IBGE. Cerca de 92% do resultado de fevereiro estão concentrados em quatro dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados: habitação, educação, transportes e alimentação e bebidas.

O grupo de habitação, que acelerou de uma deflação de 3,08% em janeiro para 4,44% em fevereiro, exerceu o maior impacto no índice do mês. "Essa alta se deu em razão do fim da incorporação do Bônus de Itaipu, que concedeu descontos em faturas no mês de janeiro. Com isso, o subitem energia elétrica residencial passou de uma queda de 14,21% em janeiro para uma alta de 16,80% em fevereiro", explica Fernando Gonçalves, gerente do IPCA. Já a maior variação foi observada no grupo de educação, com alta de 4,7%. Gonçalves explica que esse aumento se deu em razão dos reajustes nas mensalidades escolares praticados no início do ano letivo, com destaque para ensino fundamental (7,51%), ensino médio (7,27%) e pré-escola (7,02%).

Por sua vez, o grupo de alimentação e Bebidas, com variação de 0,7%, desacelerou em relação ao mês de janeiro (0,96%). Entre as altas, destacam-se o ovo de galinha (15,39%) e o café moído (10,77%). No lado das quedas, destacam-se a batata-inglesa (-4,1%), o arroz (-1,61%) e o leite longa vida (-1,04%). "O café, com problemas na safra, está em trajetória de alta desde janeiro do ano passado. Já o aumento do ovo se justifica pela alta na exportação, após problemas relacionados à gripe aviária nos Estados Unidos, e, também, pela maior demanda devido à volta às aulas. Além disso, o calor prejudica a produção, reduzindo a oferta", esclarece o gerente. O grupo de transportes, com 0,61% de variação, também desacelerou em relação a janeiro (1,3%). Com reajuste no ICMS, o resultado foi influenciado pelo aumento nos combustíveis (2,89%): óleo diesel (4,35%), etanol (3,62%) e gasolina (2,78%).

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Quinta, 13 Março 2025

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