IBGE: PIB municipal realça concentração de renda no país
Dados da pesquisa Produto Interno Bruto (PIB) dos Municípios 2014 realçam a concentração de renda e também populacional existente no país. Divulgado nesta quarta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o levantamento revela que apenas sete municípios responderam por todos os bens e riquezas produzidos no Brasil naquele ano e que esses municípios concentravam 14,3% da população. Em 2014, os sete dos 5.570 municípios existentes concentradores das riquezas geradas movimentaram 25% dos R$ 4,9 trilhões correspondentes ao valor adicional bruto (VABs), que significava um crescimento nominal de 9,2% em relação ao valor adicional de 2013 – ou seja, da produção dos setores da indústria, serviços e agropecuária.
Quando agregada à renda dos 62 maiores municípios do ponto de vista de participação no PIB, os valores chegaram a corresponder naquele ano a quase metade do PIB nacional e a concentração populacional chegava a 32,8% do total do país. No lado oposto do ponto de vista da concentração de renda, tomando como base o ano de 2014, os dados divulgados pelo IBGE permitem a constatação de que, entre os 1.379 municípios que integravam a última faixa de participação relativa, eles responderam por aproximadamente 1% do PIB e concentravam apenas 3,3% da população brasileira. Nesta faixa, 73,2% dos municípios estavam localizados no Piauí, 59,6% na Paraíba, 51,8% no Tocantins e 50,9% dos municípios do Rio Grande do Norte. O que, na avaliação do IBGE, mostra não só a concentração da geração interna da renda como também a difusão espacial na produção desta renda.
De uma maneira geral, segundo o IBGE, não houve alterações significativas entre os maiores municípios do ponto de vista da concentração de renda entre 2010 a 2014. O VAB (Valor Adicional Bruto) é o valor da produção sem duplicações, ou seja, descontando-se do Valor Bruto da Produção (VBP), ou seja, o valor dos insumos utilizados no processo de produtivo. Ele é sempre calculado a preços básicos, excluindo qualquer imposto e qualquer custo de transporte faturado separadamente, e inclui qualquer subsídio sobre o produto.
Estados
Os dados do IBGE revelam que, por Estado, em 2014, São Paulo foi o que mais contribuiu para a formação do Valor Adicional Bruto do país, com 31,2% do total; seguido pelo Rio de Janeiro (11,7%); Minas Gerais (9,1%); Rio Grande do Sul (6,2%); Paraná (6,1%); Santa Catarina (4,1%); Bahia (3,9%); e o Distrito Federal (3,4%).
Essas oito unidades da Federação geravam mais de 75% do Valor Adicional Bruto do país e estiveram nas primeiras colocações. São Paulo ganhou participação em relação ao ano de 2013 (0,1 ponto percentual), mas, em contrapartida, foi o que mais perdeu participação quando a comparação se dá com 2010: menos 1,2 ponto percentual.
Minas Gerais e Paraná foram os que mais perderam participação em relação a 2013, ambos com menos 0,3 ponto percentual. Já na comparação com 2010, destaca-se Mato Grosso, o estado que mais ganhou participação, 0,3 ponto percentual. De acordo com a pesquisa, na distribuição dos valores adicionados brutos da agropecuária pelos estados, observa-se que Rio Grande do Sul (11,6%), Paraná (11,4%), São Paulo (10,9%) e Minas Gerais (10,2%) foram os que mais contribuíram.
Valor Adicionado
A publicação Produto Interno Bruto (PIB) dos Municípios 2014 divulga, pela primeira vez, os três principais segmentos econômicos em cada município (agropecuária, indústria e serviços). Assim, foi possível constatar que – excluindo as atividades de administração, saúde e educação pública e seguridade social – a agropecuária respondia por mais da metade das economias em 1.135 dos 5.570 municípios brasileiros (20,4%) em 2014.
Segundo o IBGE, 210 deles estavam localizados no Rio Grande do Sul e 144 no Paraná, o que indica a importância dessa atividade econômica no país. O levantamento permite, ainda, a constatação de que, em 2014, 652 municípios (o equivalente a 11,7% do total do país) respondiam por metade do valor adicionado (VA) da agropecuária no país.
Valor adicionado é a contribuição ao produto interno bruto dada pelas diversas atividades econômicas, obtida pela diferença entre o valor bruto da produção e o consumo intermediário absorvido por essas atividades. Individualmente, o destaque ficou com o município de São Desidério (BA), cujo valor adicionado chegou a R$ 1,7 bilhão.
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