Governo tem menor déficit no primeiro semestre desde 2015
A queda nos gastos discricionários (não obrigatórios) e a recuperação das receitas fizeram o Governo Central – Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – fechar o primeiro semestre com o menor déficit primário em quatro anos. Segundo o Tesouro Nacional, os entes fecharam o período entre janeiro e junho com resultado negativo de R$ 28,294 bilhões, o melhor resultado para o período desde 2015.
No primeiro semestre do ano passado, o Governo Central registrou déficit primário de R$ 31,593 bilhões. Em 2017, o déficit acumulado no mesmo intervalo tinha atingido o valor recorde de R$ 56,479 bilhões. O déficit primário é o resultado negativo das contas do governo desconsiderando o pagamento dos juros da dívida pública. Apenas em junho, o déficit primário totalizou R$ 11,481 bilhões. Esse foi o melhor resultado para o mês desde 2016. Em junho do ano passado, o déficit primário tinha totalizado R$ 16,38 bilhões.
Segundo o Tesouro Nacional, a melhora no resultado do primeiro semestre decorreu de dois fatores. O primeiro foi a redução de R$ 13,34 bilhões nos gastos discricionários nos seis primeiros meses do ano, montante 23,5% menor que no mesmo período de 2018, descontada a inflação. E a alta da arrecadação nos últimos meses também influenciou no resultado. Apenas em junho, as receitas líquidas subiram 1,6% acima da inflação na comparação com junho do ano passado.
Mesmo com o aumento da arrecadação nos últimos meses, a receita líquida do Governo Central acumula recuo de 0,2% em valores corrigidos pela inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em relação ao mesmo período de 2018. As despesas totais acumulam queda de 1,4%, também descontada a inflação. Apesar da diminuição das despesas totais, gastos obrigatórios continuam subindo. As despesas com a Previdência Social acumulam alta de 1,9% acima da inflação nos seis primeiros meses de 2019 em relação aos mesmos meses do ano passado. Os gastos com o funcionalismo federal subiram 1% acima da inflação em igual período.
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