Governo registra maior déficit para junho em dois anos
Sem as receitas da concessão da Eletrobras e de dividendos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Governo Central – Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – registrou o maior déficit primário para meses de junho em dois anos. O resultado ficou negativo em R$ 45,2 bilhões, contra superávit de R$ 14,5 bilhões obtido em junho de 2022. Tanto em valores nominais como reais (corrigidos pela inflação), o resultado de junho foi o pior para o mês desde junho de 2021, quando houve déficit primário de R$ 73,4 bilhões após o início da pandemia de Covid-19.
O resultado veio pior do que o esperado pelas instituições financeiras. Segundo a pesquisa Prisma Fiscal, divulgada todos os meses pelo Ministério da Economia, os analistas de mercado esperavam resultado negativo de R$ 34,1 bilhões em junho. Com o resultado de junho, o Governo Central acumula déficit primário de R$ 42,5 bilhões no primeiro semestre de 2023. Em janeiro, havia sido registrado superávit de R$ 78,3 bilhões, mas os resultados negativos dos meses seguintes reverteram a conta. m valores nominais, esse é o quarto maior déficit acumulado, só perdendo para o primeiro semestre de 2021 (-R$ 53,5 bilhões), de 2017 (-R$ 56,4 bilhões) e de 2020, quando o resultado negativo atingiu o recorde de R$ 194,8 bilhões por causa do início da pandemia de Covid-19.
O resultado primário representa a diferença entre as receitas e os gastos, desconsiderando o pagamento dos juros da dívida pública. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deste ano estabelece meta de déficit primário de R$ 231,5 bilhões para o Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central), mas mecanismos de compensação entre a União e as estatais e entre a União e os estados permitem que a meta chegue a R$ 238 bilhões. Em janeiro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um pacote que pretende aumentar a arrecadação e revisar gastos para melhorar as contas públicas e diminuir o déficit para cerca de R$ 100 bilhões neste ano.
Com Agência Brasil
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