Fazenda prevê queda da inflação dos alimentos até o fim do ano

Cenário climático positivo está entre os motivos da projeção
A queda no abate, somado ao forte crescimento das exportações no ano passado, levou a uma alta de mais de 19% no preço das carnes bovinas no ano passado

A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda apresentou projeções macroeconômicas para o país neste ano. De acordo com a pasta, a inflação da alimentação deverá ceder até o fim do ano e apresentar recuo principalmente em razão de um cenário climático melhor, de safras recordes, e do fim da reversão do ciclo do abate de bovinos. "A gente está vendo que, por exemplo, uma safra muito favorável de soja, uma safra muito favorável de arroz e feijão, vai ajudar [a conter] os preços de cereais, leguminosas e derivados da soja. Estamos vendo também que, a partir de março, a projeção é de neutralidade climática, o que tende a ajudar o preço de frutas e hortaliças, entre outras", destacou a subsecretária de política macroeconômica, Raquel Nadal.

O comportamento do preço da carne em 2025, de acordo com a subsecretária, terá um papel central no resultado da inflação da alimentação. O preço do produto deverá desacelerar em razão do fim da reversão do ciclo do abate – período em que as vacas são destinadas ao abate, após a retenção delas para procriação e a entrada dos bezerros no mercado – que aumentará a oferta de animais para o mercado. "O impacto maior da reversão do ciclo de abate na inflação se deu já em 2024. Então a tendência é de desaceleração desses preços [em 2025]. Se o preço da carne subiu cerca de 20% em 2024, esse ano, essa inflação deve desacelerar. Então estamos vendo tudo isso ajudando na [contenção da] inflação de alimentos", acrescentou Raquel.

A subsecretária frisou que os preços do café e do leite subiram em 2024 impactados pelas estiagens e queimadas no segundo semestre do ano. Já a inflação no preço da laranja ocorreu, segundo ela, devido ao greening, doença que prejudica a produção de cítricos. O maior choque nos preços de alimentos no ano passado, de acordo com a subsecretária, veio em razão da reversão do ciclo de abate de bovino, de agosto em diante. A queda no abate, somado ao forte crescimento das exportações no ano passado, levou a uma alta de mais de 19% no preço das carnes bovinas. "A alta foi tão relevante que, excluindo carnes bovinas do índice de inflação, teríamos uma inflação de alimentos em cerca de 6,2% em vez de 8,2% em 2024. Nesse cenário, a inflação cheia teria fechado 2024 dentro da meta, em 4,5%", destacou Raquel. Para 2025, a secretaria de política econômica do Ministério da Fazenda projeta elevação de 4,8% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), variação similar à observada em 2024.

Com ABR

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Sábado, 15 Fevereiro 2025

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