Desaceleração do IPCA atinge todas as faixas de renda

Dados foram divulgados pelo Ipea 
No recorte de 12 meses, o maior impacto é sentido pelas famílias de renda baixa

Em agosto, a inflação apresentou desaceleração para todas as faixas de renda, com destaque para as famílias de menor poder aquisitivo, que foram beneficiadas principalmente pela queda nos preços dos alimentos consumidos em casa e pela redução nas tarifas de energia elétrica. 

Já para as famílias de renda mais alta, a deflação dos alimentos e da energia foi parcialmente compensada pela elevação de preços em serviços, especificamente alimentação fora do domicílio e recreação. Os resultados são do Indicador de Inflação por faixa de renda, divulgado nesta segunda-feira (15) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O índice inflacionário geral, medido pelo IPCA, passou de 0,26% em julho para uma queda de 0,11% em agosto. Enquanto as famílias de renda muito baixa e baixa passaram de 0,19% e 0,23%, respectivamente, em julho, para retrações de 0,29% e 0,21% em agosto, as famílias de renda alta passaram de 0,44% para 0,1% no mesmo período. 

O alívio inflacionário de agosto veio das deflações dos grupos "alimentação e bebidas", "habitação" e "transportes". Para os "alimentos no domicílio", a queda de preço iniciada em junho foi ainda mais significativa. Entre as maiores quedas de agosto, destacam-se os cereais (-2,5%), os tubérculos (-8,1%), o café (-2,2%), além das proteínas animais: carnes (-0,43%), aves e ovos (-0,8%) e leite (-1%). 

Já o grupo "habitação" teve seu principal ponto de descompressão vindo do recuo das tarifas de energia elétrica. Tal alívio veio do pagamento do bônus de Itaipu, que mais do que compensou a sobretaxa aplicada com a adoção da bandeira vermelha patamar 2 e os reajustes ocorridos em capitais como São Luiz e Vitória.

A queda dos preços dos transportes públicos, especialmente ônibus interestadual (-1,7%) e passagens aérea (-2,4%), da gasolina (-0,9%) e do gás veicular (-1,3%) contribuiu para a deflação observada no grupo "transportes".

Por outro lado, para as famílias de maior renda, mesmo diante da queda dos preços dos alimentos no domicílio, da energia e dos transportes, o alívio vindo desta deflação acabou sendo anulado por uma alta mais forte dos serviços, como a alimentação fora do domicílio (0,5%), plano de saúde (0,5%), serviços pessoais (0,46%) e recreação (0,38%).

Com os resultados de agosto incorporados ao acumulado do ano, as famílias de renda muito baixa registram a menor taxa de inflação, com alta de 3,08%. Por outro lado, o grupo de renda média-alta, que teve variação nula em agosto, apresenta a maior inflação acumulada no ano, com 3,32%. Já no recorte dos últimos 12 meses, o cenário se inverte: a maior pressão inflacionária recai sobre as famílias de renda baixa (5,33%), enquanto aquelas de renda alta enfrentam a menor taxa, de 5%. 

Veja mais notícias sobre BrasilEconomia.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Segunda, 15 Setembro 2025

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://amanha.com.br/